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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Mais Poderosa Que a Espada



A minha opinião:
Este livro, o quinto volume das crónicas de Clifton de Jeffrey Archer saiu em 2017. Não é novo. Só agora descobri esta série que estou a ler compulsivamente (ok, intercalo com outro romance em cada) devido ao apego aos protagonistas. Altamente viciante o nível de intriga e maldade que tem de superar, não sem algum alguns reveses e muita estratégia.

Duas famílias debatem-se integramente pelos seus objetivos. Um século de História  arrastam o enlevado leitor entre alianças que se fazem e desfazem por poder, sucesso, ganância ou vingança. 

Estou fã.

Autor: Jeffrey Archer
Páginas: 440
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722533140
Edição: 2017/ Abril

Sinopse:
Uma bomba do IRA explode durante uma viagem transatlântica do Buckingham. Quantos passageiros terão perdido a vida? Quando está de visita à sua editora nova-iorquina, Harry Clifton fica a saber que foi eleito presidente do PEN britânico e começa imediatamente uma campanha para libertar outro escritor, Anatoly Babakov, preso na Sibéria. Por que crime? Por escrever um livro intitulado Uncle Joe, um relato arrasador da sua experiência a trabalhar para Estaline. Harry está tão empenhado em salvar Babakov que arrisca a própria vida. Emma, presidente da Barrington Shipping, é obrigada a enfrentar as repercussões do ataque do IRA.

Alguns membros da direção acham que ela se deve demitir, e Lady Virginia Fenwick não vai descansar até conseguir a queda de Emma. Uma saga apaixonante, que se estende ao longo do século XX, com toda a intriga, paixão e golpes do destino a que Jeffrey Archer, um dos maiores contadores de histórias da atualidade, nos habituou.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

O Pecado de Porto Negro

A minha opinião:
Seguramente um dos melhores romances que li.

Este romance não é novo mas foi reeditado por uma outra editora (imagem abaixo). Na minha estante está há algum tempo, desde que numa entrevista televisiva foi referido como um dos romances de referência de um autor português. 

"Se calhar em caminho, talvez se conte."
Adorei este aparte que amiúde o autor introduz na história para realçar o que vai contar mais à frente. Mas há mais. 
A escrita e a linguagem chamam a atenção. Brejeira, irreverente e muito rica, apela aos sentidos e faz nos viajar no tempo. O leitor, maravilhado, sente o ambiente e o clima quente de Porto Negro numa narrativa vibrante que corre ligeira. Começa por caracterizar o lugar, os protagonistas e embala para as histórias de amor. Conta como ninguém o que se passou. O pecado de Porto Negro. 


Autor: Norberto Morais
Páginas: 432
Editora: Casa das Letras
ISBN: 9789724622439
Edição: 2014/ Maio

Sinopse:
Em Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero - a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.
O Pecado de Porto Negro, obra finalista do Prémio LeYa, é um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance admirável sobre o carácter circular do destino e a capacidade que o passado tem de nos vir bater à porta quando menos esperamos.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Cuidado com o Que Desejas

A minha opinião:
Um homem cauteloso, apagado e enfadonho de Yorshire decidiu correr riscos em prol de Sebastian (que conheceu no hospital) e Jessica, que passou a admirar. Os inimigos continuam a vingança contra as familias Barringhton e Clifton e para lhes fazer frente é preciso unirem-se e contarem com a coragem e expediente dos amigos que se aliam a eles. Este romance, o quarto da saga, é mais empolgante que o anterior. Mais ação e menos intriga, principalmente política ou empresarial, que eu não aprecio tanto.

Dom Martinez, o grande vilão, tem um papel preponderante. Tudo se concerta em torno do ódio e do dinheiro dele. O envolvimento do leitor é inevitável com vários narradores a dar o seu contributo para contar esta história que há anos continua a arrebatar os leitores. As emoções que provoca são intemporais. Uma grande história de um grande senhor que sabe como se faz. 

Autor: Jeffrey Archer
Páginas: 416
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722530453
Edição: 2016/ Outubro

Sinopse:
Harry Clifton e a sua mulher, Emma, correm para o hospital para saber o destino do filho Sebastian, envolvido num acidente fatal. Mas quem morreu? Sebastian ou o seu melhor amigo Bruno? Quando Ross Buchanan é obrigado a deixar a presidência da Barrington Shipping Company, Emma Clifton quer tomar o seu lugar. Mas Don Pedro Martinez tem a intenção de lá colocar o major Alex Fisher, um homem que ele manipula e controla, para destruir a empresa da família justamente quando se planeia construir um novo navio de luxo. Em Londres, a filha adotiva de Harry e Emma ganha uma bolsa de estudo para a conceituada Slade School, onde se irá apaixonar por um colega, Clive Bingham, que a pede em casamento.

As duas famílias estão encantadas, até ao momento em que a futura sogra de Jessica recebe a visita de uma velha amiga, Lady Virginia Fenwick, ansiosa por destilar o seu veneno. E depois, inesperadamente, Cedric Hardcastle, de quem nunca se ouviu falar, passa a ocupar um lugar na direção de Barrington’s. A situação gera um tumulto que ninguém tinha previsto e mudará para sempre a vida de todos os membros das famílias Clifton e Barrington. A primeira decisão de Hardcastle será escolher se vai apoiar Emma Clifton ou o major Alex Fisher para a presidência. E com essa decisão, tudo mudará.

O Segredo mais Bem Guardado




A minha opinião:
Sete livros. Depois de ler o primeiro e o segundo torna-se mais difícil comentar os seguintes porque a estrutura e a mestria mantêm-se com o leitor continua agarrado à história, interessado no destino das personagens que o final em aberto de cada livro deixa por desvendar.

Sebastian cresceu. E é o novo grande protagonista neste terceiro volume da saga Clifton. Carismático, enérgico e encantador. Mas não é o único e os restantes não têm este brilho. Os inimigos da família surgem em força, juntos ou separados. 

A intriga é a grande motriz deste romance. Os grandes clássicos não a dispensam. Uma saga que poderia ser adaptada para a televisão. Contar uma história ao longo do tempo sem cansar os leitores...

Autor: Jeffrey Archer
Páginas: 496
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722538565
Edição: 2016/ Abril

Sinopse:
1945. Na Câmara dos Lordes, a votação para a atribuição da fortuna dos Barrington acabou em empate. Harry regressa à América para promover o seu novo romance, ao passo que a sua amada Emma parte à procura da menina que foi encontrada abandonada no gabinete do seu pai na noite em que ele foi assassinado. Quando chegam as eleições gerais, Giles Barrington tem de defender o seu lugar na Câmara dos Comuns e fica horrorizado ao descobrir que os conservadores decidem ficar contra ele. Mas é Sebastian Clifton, filho de Harry e Emma, que acaba por influenciar o destino do tio.

Em 1957, Sebastian ganha uma bolsa de estudo para Cambridge, e assim entra em cena uma nova geração da família Clifton. Depois de ser expulso da escola, Sebastian é apanhado numa fraude internacional de obras de arte que envolve uma escultura de Rodin que vale muito mais do que a soma conseguida em leilão.

Será que ele se torna milionário? Irá Cambridge? Correrá perigo de vida? O Segredo Mais Bem Guardado responde a todas estas perguntas, mas levanta muitas mais… 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O Dom da Morte

A minha opinião:
O primeiro thriller deste autor que li. Um thriller fora da coleção que lhe trouxe notoriedade. Um thriller com uma vertente espiritual. Foi isso que me atraiu neste livro.

Um psicólogo de reputação é arrastado para um caso perturbador com uma adolescente problemática. Em conjunto com a polícia procuram deter "o carniceiro de Chicago".

A trama poderia descambar numa charada se não fosse bem contada e a dinâmica das personagens não fosse convincente. Ritmo acelerado, capítulos curtos marcam cada ação. O leitor fica na dúvida entre o cepticismo do psicólogo ou o dom da morte. E sem perceber quem é o louco que atormenta Chicago com crimes macabros. A fórmula não é nova mas manteve-me em suspense até ao fim, enquanto torcia por um desfecho que não aconteceu. 
Valeu!


Autor: M. J. Arlidge
Páginas: 416
Editora: TopSeller
ISBN: 9789896685768
Edição: 2019/ Setembro 

Sinopse:
Adam Brandt é um psicólogo forense, bastante habituado a lidar com os membros mais perturbados da sociedade. Mas Adam nunca conheceu ninguém como Kassie.

A adolescente afirma ter um dom terrível — basta-lhe olhar diretamente nos olhos de alguém para saber quando essa pessoa irá morrer. E de que forma isso irá acontecer. Obviamente, Adam sabe que Kassie deve sofrer de algum distúrbio mental. É nesse momento que um assassino em série ataca a cidade. E só Kassie parece saber quem ele vai matar em seguida.

Contrariando a sua intuição, Adam começa a acreditar em Kassie. Apenas não tem consciência de quão fatal a sua fé pode vir a ser...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Os Pecados do Pai

A minha opinião:
Terminei o segundo livro da saga dos Clifton, por conta do convite aceite para uma leitura conjunta. A opinião não é consensual, sequer este livro é recente, mas eu pretendo ler os restantes cinco, tal é o envolvimento e a curiosidade em conhecer o que se irá passar no pós-guerra. 

A trama deste livro decorreu no período da Segunda Guerra Mundial e continua a ser uma narrativa individual alternada dos protagonistas que vivenciaram diferentes experiências, que não achei tão previsiveis assim, conforme li em outros pareceres.
Desejáveis, sim.

Mal posso esperar para continuar a ler.

Autor: Jeffrey Archer
Páginas: 368
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722530118
Edição: 2015/ Outubro

Sinopse:
A Grã-Bretanha está na iminência de declarar guerra à Alemanha. Harry Clifton, na esperança de fugir às consequências de um escândalo familiar e percebendo que nunca poderá casar com Emma Barrington, alista-se na marinha mercante. Quando um submarino alemão afunda o seu navio, Harry e um punhado de marinheiros, entre eles um americano chamado Tom Bradshaw, são salvos pelo Kansas Star. Nessa noite, quando Bradshaw morre, Harry aproveita a oportunidade para enterrar o seu passado e assume a identidade do morto.

Nova Iorque, 1939. Tom Bradshaw é preso por homicídio qualificado. É acusado de matar o irmão. Quando Sefton Jelks, um advogado de renome de Manhattan, lhe oferece os seus serviços a troco de nada, não resta grande alternativa a Tom, que não tem dinheiro a não ser aceitar a sua garantia de uma sentença mais ligeira. Depois de julgado e condenado, Jelks desaparece e a única maneira que Tom tem de provar a sua inocência é revelando a sua verdadeira identidade, algo que ele jurou nunca fazer de forma a proteger a mulher que ama.

Entretanto, a jovem em questão viaja até Nova Iorque, deixando para trás, em Inglaterra, o filho de ambos. Recusa-se a acreditar que o homem com quem ia casar tenha morrido no mar e está decidida a fazer o que for preciso para o encontrar. A única prova que tem é uma carta, que ficou por abrir numa cornija de lareira em Bristol durante mais de um ano.
Jeffrey Archer dá seguimento à saga dos Clifton com este romance épico.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Cozinha Vegetariana à Portuguesa

A minha opinião:
Mea Culpa!
Tenho este livro há meses, nunca o divulguei e faço algumas das receitas com regularidade. Segundo uma opinião válida, os pratos vegetarianos que faço seguindo as receitas de Gabriela Oliveira são excelentes.

Não sou vegetariana, mas o meu filho é e desde então toda a familia come menos carne e menos peixe. Com prazer.

Adoro comer. Por isso, tenho que me agarrar aos tachos e panelas para alimentar a minha prole. E é um gosto reunirmo-nos à mesa em amena cavaqueira. 

Testámos e repetimos amiúde Arroz à Labrador no Forno, Cataplana de Legumes e Bifinhos de Seitan com Cogumelos. Uma delicia. Uma inapta como eu as faz com facilidade e rapidez. 
E ainda Tofu com Broa e Rancho Vegan à Portuguesa.
Bom Apetite!

Autor: Gabriela Oliveira
Páginas: 184
Editora: Arte Plural Edições
ISBN: 9789896921347
Edição: 2018/ Maio

Sinopse:
Numa casa portuguesa fica bem… comida vegetariana sobre a mesa!
A antiga cozinha tradicional portuguesa não precisa de peixe nem de carne para ser saborosa e atrativa. É possível desfrutar do melhor da gastronomia portuguesa usando exclusivamente ingredientes de origem vegetal e tornando-a ainda mais saudável, ecológica e compassiva.

Pataniscas? Sim, de legumes! Filetes? Sim, de cogumelos! Panadinhos? De beringela! Croquetes? De grão e alheira! Alheira? De cogumelos! Peixinhos da horta, "francesinha", cozido vegan, rojões de seitan, tofu à Zé do Pipo, tempero de vinha d’alhos, migas de feijão, açorda de tomate, cataplana de legumes… mais de 70 receitas com todos os sabores da melhor comida à portuguesa numa versão 100% vegetariana. E não ficam de fora os doces: arroz-doce, natas do céu, travesseiros, pastéis, queijadinhas, bolas-de-berlim, boleima, bolos de arroz, bolo podre… Receitas tradicionais recriadas e preparadas cuidadosamente pela autora de cozinha vegetariana que mais vende em Portugal.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A Vda Sonhada das Boas Esposas

A minha opinião:
Possidónio Cachapa. Este nome não se esquece. E os romances que dele li também não. Gsto muito. Mais ainda depois de ler este romance.

Escrita fluída, irónica e bem humorada, que capta a alma lusa sem que nada passe despercebido, numa linguagem rica e prolífera em que conta uma história incrível de uma mulher apagada que fica viúva de um déspota. Depois... a vida acontece.

Neste romance pinta um quadro muito realista da vida de muitas familias, na relação com os filhos adultos, no papel da esposa ou na frugal existência para todos os caprichos satisfazer aos filhos. Toca o leitor pela proximidade, em que a empatia e o repúdio pelas personagens é garantia de sucesso.

O realismo mágico surge nos sonhos da protagonista que refleten os seus medos.

A capa é fantástica e está a par com a história, que é uma lição para todos. Divertida, li com gosto A Vida Sonhada das Boas Esposas.

Autor: Possidónio Cachapa
Páginas: 200
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 97898965559097
Edição: 2018/ Novembro

Sinopse:
O novo romance de Possidónio Cachapa é um olhar contemporâneo sobre o papel da mulher, a expressão da sua sexualidade e a visão que a família e a sociedade mantêm sobre ela à medida que o tempo passa.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Uma Receita de Família

A minha opinião:
Bestseller do Sunday Times atraiu-me, para mais quando li alguns bons comentários ao livro anterior da autora - A Livraria dos Destinos, que eu não li. Poderia ser mais um livro fofinho ou enfadonho mas não começou mal. A história é contada a dois tempos.

Jilly ficou orfã em 1942 durante um ataque à sua bela cidade -Bath, enquanto se entregava nos braços de um atraente piloto. Laura, a neta, em 2014 vive o drama do ninho vazio quando a sua filho caçula saí para a universidade. A asma da filha aflige-a. E... fiquei agarrada a este romance porque conheço bem o temor com esta doença. O carisma e a boa caracterização das personagens contribuiram para esse efeito.

A narrativa e a trama, apesar de nada ter de extraordinário envolvem com um terno ambiente doméstico com personagens muito generosas. 

Um hino à verdadeira amizade. Jilly e Laura tinham duas amigas inquebráveis.

Autor: Veronica Henry
Páginas: 352
Editora: TopSeller
ISBN: 9789896685591
Edição: 2018/ Setembro

Sinopse:
Uma mistura perfeita de família, amigos e comida deliciosa.

Laura Griffin está numa fase complicada da sua vida: as suas duas filhas estão na universidade e ela tem de se habituar a uma nova rotina. Na atarefada casa, onde sempre existiu um burburinho constante e o aroma dos cozinhados a pairar no ar, prevalece agora o silêncio. Laura sabe que este é o curso natural das coisas e tenta mentalizar-se de que poderá agora ter mais tempo para si e para o marido, Dom.

Mas uma revelação inesperada faz vacilar o seu casamento, um segredo que ela é incapaz de aceitar. Sentindo-se cada vez mais só, Laura encontra o reconforto num valioso tesouro familiar: a caixa de receitas da avó, uma compilação preciosa cuja origem remonta à Segunda Guerra Mundial e que, juntamente com as bem-sucedidas compotas de Laura, será a ajuda de que precisa para reencontrar o sentido para a sua vida.

Determinada a trilhar o seu próprio caminho, Laura decide seguir os seus sonhos. Mas até a pessoa mais corajosa precisa daqueles que ama, e esse poderá ser o ingrediente que falta para a felicidade de todos… e também de Laura.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Que Sombra te Acompanha

A minha opinião:
Soube sem o saber, o que iria ler. Um pequeno grande romance de sentimentos calados. Um romance poderoso e brilhantemente escrito. Um romance vivido e emotivo. Não é preciso muito escrever para se ser eloquente. 

A vida de Alfredo. Uma vida que se escoa. Um emigrante numa frande cidade. Uma vida em que o sentir é motivo de reflexão e a saudade, a culpa e a solidão falam mais alto.

No fim, há um volte-face. Um encontro que dá que pensar a Alfredo. E deixa questões sem resposta. Questões que inquietam. Colectivas. Resta-me agradecer a Tiago Gonçalves por me ofertar este livro. 

Um prazer de ler que conto renovar num próximo livro.

Autor: Tiago Gonçalves
Páginas: 48
Editora: Mosaico de Palavras
ISBN: 9789898921000
Edição: 2018/ Junho

Sinopse:
Todos somos emigrantes, nem que seja só uma vez. Todos deixamos o nosso lugar de origem para vivermos noutro lugar, nem que seja só por algum tempo. Pouco importa se vamos de uma cidade para outra, de um país para outro, ou se apenas de um lugar para outro. Talvez só abandonemos as raízes em que nascemos por outras completamente diferentes. Talvez só emigremos profissionalmente. Pouco importa, as dúvidas acompanham-nos, as questões que colocámos também.

Neste livro acompanhamos um sonhador que partiu à procura do mundo que lá não tinha. Agora ele é uma sombra do que foi, sem a alma de outrora, vivendo confortado com pouco conforto. Nesta tarde, contudo, encontra mais do que procura e do que pediu. Nunca quis, mas hoje revisita a sua vida numa conversa que é mais que um fortuito reencontro.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Longa pétala de mar

A minha opinião:
"Uma longa pétala de mar, de vinho e de neve" com uma "cintura de espuma negra e branca"  era como Pablo Neruda havia definido o Chile, o que não era suficiente para o dar a conhecer aos mais de dois mil espanhóis que embarcaram a 4 de agosto de 1939 como refugiados para este país. A odisseia do exílio.

135 páginas antes percebemos o que os levou a este destino numa narrativa dramática e veloz mas repleta de alento e esperança. A extraordinária Isabel Allende no seu melhor.

Roser e Victor são os protagonistas que viviam numa cumplicidade profunda que suavizava as penúrias do dia a dia e os fantasmas do passado numa narrativa apaixonante sem pontas soltas. Garanto!

Pablo Neruda tem um papel preponderante, embelezando este romance com várias citações. Procurei confirmar a veracidade desse papel mas não o consegui inicialmente o que estranhei dado que todo o romance apresenta rigor histórico.

"Cada um carrega às costas a sua história e a vontade de a contar. " (pag. 247)
Com um fulgor inebriante Isabel Allende sabe contar a História que o Chile carrega às costas. A memória é fraca e tudo se esquece e tudo descarta, mas ela recorda-a com vontade de a contar. 
Eu, aplaudo, reconhecida, um grande romance com personagens admiráveis, que não será fácil  esquecer. 

Autor: Isabel Allende
Páginas: 392
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03233-1
Edição: 2019/ Novembro

Sinopse:
Espanha, final da década de 1930. A vitória iminente das tropas franquistas na Guerra Civil obriga milhares de pessoas a abandonar o país, numa perigosa viagem através dos Pirenéus. Entre eles, Roser Bruguera, uma jovem viúva, e Víctor Dalmau, médico e irmão do falecido marido de Roser.
Em França, conseguem embarcar no Winnipeg, um navio fretado pelo poeta Pablo Neruda que transportou mais de 2 mil espanhóis até ao Chile - essa «longa pétala de mar, de vinho e de neve» -, onde são recebidos como heróis.
Víctor e Roser integram-se com sucesso na vida social do país de acolhimento, durante várias décadas, até ao golpe de Estado que derruba Salvador Allende, parceiro de xadrez de Víctor Dalmau. Os dois amigos de toda uma vida são de novo forçados ao exílio, mas, como diz a autora, «se vivermos o suficiente, todos os círculos se fecharão».

Isabel Allende propõe-nos uma viagem através da História do séc. XX, pela mão de personagens inesquecíveis que descobrirão que numa só vida cabem muitas vidas e que, por vezes, o difícil não é fugir, mas regressar.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

O Mistério da Minha Irmã

A minha opinião:
De início, fiquei desanimada. Julguei que iria ser uma leitura apressada dada a falta de empatia com as personagens e a banalidade da trama, que se desenrola em três e depois dois períodos temporais distintos, bem diferenciados por capítulos. Às páginas tantas, por volta do sétimo (capítulo) o mistério começou a espicaçar a minha curiosidade e a aumentar o meu interesse pela história das irmãs desaparecidas. Um estranho casal parecia-me ser a chave do enigma.

As personagens ganham alguma densidade e a ligação que tinham ao mar ao mergulharem para verem a florestas submersas também começou a exercer o seu fascinio. E... uma história de amor trágica não me deixava indiferente, mas... continuava a faltar consistência.

Quando terminei de o ler mantive a mesma convicção. Enfim... não me convenceu, e por isso, não é um romance que me marque. Leitura fácil mas não passa de um primeiro romance da autora com lacunas que no futuro não irão existir. 

Autor: Tracy Buchanan
Páginas: 336
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722537841
Edição: 2019/ Setembro

Sinopse:
As recordações que Willow tem dos pais são cheias de sorrisos, ternura, sol e gargalhadas. Porém quando recebe um misterioso convite que a leva a uma exposição de fotografia, é confrontada com um segredo sombrio, que aparentemente todos têm tentado esconder-lhe sobre um trágico acidente que aconteceu há anos.

Willow é obrigada a questionar tudo o que sabe sobre Charity, a mãe que perdeu ainda criança, e Hope, a tia com quem vive desde então.
Qual a relação entre este enigmático fotógrafo e os pais de Willow? Porque é que Hope não quebra o seu silêncio?

Para seguir em frente, Willow precisa de respostas. Mas já não sabe em quem confiar…

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Só o Tempo Dirá


A minha opinião:

Fantástico.
Um romance histórico intemporal como um grande clássico. Uma saga que se deseja ler sem parar ou não fosse Jeffrey Archer um notável e rentável contador de histórias. Percebo agora a sua fama. Só não percebo é porque ainda não me tinha tentado. Para isso, servem as amigas que lançam desafios (e emprestam os livros).

Uma narrativa em seis versões que não se sobrepõem, mas cruzam e complementam. E depois... temos uma história de tenacidade e amizade entre pessoas honradas e dignas como Harry e Giles, os dois amigos de classes sociais distintas, Maisie, a mãe de Harry, Emma, a irmã de Giles e Old Jack, o pai que faltou a Harry. Por fim, temos o mau da trama que é o pai de Giles, Hugo. Todas as personagens orbitam em torno de Harry por diferentes razões e com distinto impacto. 

O final marca o início de uma nova fase na nova vida de Harry. Ui, mal posso esperar para ler o que se segue. 

Autor: Jeffrey Archer
Páginas: 408
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722529044
Edição: 2015/ Março

Sinopse:
Primeiro volume da série épica que narra a vida de Harry Clifton desde os anos 20. Harry nunca conheceu o pai, que morreu na guerra, e é criado pelo tio nas docas. Uma inesperada bolsa de estudo faz com que a sua vida mude radicalmente. Já adulto, descobre a verdade sobre a morte do pai, mas também surge a dúvida de quem era efetivamente o seu pai. Harry terá de escolher entre ir para Oxford ou alistar-se na marinha para lutar contra Hitler. Das docas da Inglaterra às animadas ruas de Nova Iorque dos anos 40, o início de uma saga que se estende por cem anos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Britt-Marie esteve aqui

A minha opinião:
Britt-Marie é uma mulher peculiar. Rígida e digna. E no entanto, é uma mulher comum. Uma mulher de sessenta e três anos que durante quarenta anos trabalhou em prol da familia e acaba só. Quer um emprego. Quer que saibam que ela está aqui.

É inevitável lembrar-me da rezinguisse do Ove. Uma personagem com um coração de ouro que eu amei. Como gosto da Britt-Marie. Às tantas, fico de perdida de riso com as situações que ela preconiza e de coração apertado com o que sei. Perdida ela limpa. Ha? E todos sabem que ela esteve aqui. 

Este romance é impróprio para cardiacos. Todas as personagens contam e marcam num romance tão extraordinário como a vida. 

A minha perfeita prenda de Natal. 

Autor: Fredrik Backman
Páginas: 304
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03244-7
Edição: 2019/ Novembro

Sinopse:
Não é que Britt-Marie seja uma pessoa crítica, exigente ou difícil - ela apenas espera que as coisas sejam feitas de uma determinada forma. Uma gaveta de talheres desarrumada está no topo da sua lista de pecados imperdoáveis. Os seus dias começam, impreterivelmente, às seis da manhã, porque apenas os lunáticos acordam mais tarde do que essa hora. E não é passivo-agressiva. De modo nenhum. As pessoas é que, às vezes, interpretam as suas sugestões úteis como críticas, o que não é, de todo, a sua intenção. Afinal, Britt-Marie não é alguém que julgue os outros, não importa o quão mal-educados, desleixados ou moralmente suspeitos possam ser.
Quando Britt-Marie descobre que Kent, o marido, lhe é infiel, a sua vida perfeitamente organizada, de repente, desorganiza-se. Tendo de passar a sustentar-se sozinha, arranja um emprego temporário como zeladora do centro recreativo de Borg. Nessa posição, a exigente Britt-Marie tem de lidar com muita sujidade, eletrodomésticos temperamentais, indisciplina a rodos e até uma ratazana como companheira. Britt-Marie vê-se então arrancada da sua zona de conforto e arrastada para a vida dos seus concidadãos de Borg, uma estranha mistura de seres desesperados, canalhas, bêbedos e vagabundos, sendo incumbida da impossível tarefa de levar a equipa de futebol local, composta por várias crianças sem qualquer tipo de talento para acertar numa bola, à vitória. E, quando um dia Kent aparece a pedir-lhe desculpa, ela tem de decidir, de uma vez por todas, o que realmente deseja da vida. Nesta pequena localidade de gente inadaptada, pode Britt-Marie encontrar o lugar a que realmente pertence?
Engraçado e comovente, perspicaz e humano, Britt-Marie esteve aqui celebra as amizades inesperadas que nos mudam para sempre e o poder do mais gentil dos espíritos, para tornar o mundo um lugar melhor.

domingo, 3 de novembro de 2019

Decide o teu Caminho

A minha opinião:
O problema da Humanidade é espíritual. A alienação. Não é algo que afecte o autor, exceto no que observa. De uma maneira lúcida e até racional, questiona os anteriores pressupostos que nos levaram à alienação e lança um alerta, (em síntese dos livros anteriores) com vista a um novo caminho que nos conduza a uma sociedade avançada que nos una como espécie. As religiões deixariam de usar o medo e a culpa para manipular as pessoas.

Uma mudança de paradoxo. Alguns, sem o saber já o procuram. Um ponto de partida. E não é por acaso que lemos este livro. Quando sabemos mais, fazemos melhor.

Não é um livro piegas ou fantasioso. É um livro bom para quem se quer bem. Leitura fácil e rápida que, recomendo para quem sente que o deve ler.

Autor:  Neale Donald Walsch
Páginas: 144
Editora: Albatroz
ISBN: 978-989-739-063-0
Edição: 2019/ Outubro

Sinopse:
«Bem dentro de ti já sabes quem realmente és. Todos nós sabemos. Não é uma questão de descobri-lo, é uma questão de reivindicá-lo. Simplesmente sendo quem realmente és. E isso é mais fácil do que parece. Só precisas de tomar aquela decisão essencial.»
Neale Donald Walsch

Vivemos tempos de alienação a vários níveis, nomeadamente, na política, na economia e na espiritualidade. A Humanidade parece estar a distanciar-nos das pessoas que amamos, das nossas esperanças e sonhos, da nossa mãe-Terra, daquilo que verdadeiramente dá sentido à vida. Culpamos tudo e todos ao redor pelos problemas coletivos que nós mesmos criamos. Voltamo-nos uns contra os outros ao invés de criarmos união.
Em Decide o teu Caminho, o grande mestre espiritual Neale Donald Walsch apresenta a solução radical para o crescente problema da alienação da Humanidade, convidando-nos a questionar velhas crenças sobre nós, os outros, a vida e Deus.
Numa era em que as mudanças planetárias são evidentes, surge este livro urgente como um empurrão para tomarmos a decisão que nos fará escolher quem realmente somos.

Obsessão

A minha opinião:
Adorei a escrita. Adorei a protagonista. Adorei a forma como a história começou a ser contada. Adorei o romance de estreia, antes mesmo de chegar à obsessão.

Ella foi contratada como ama do pequeno William e a desenvoltura e a beleza de Lonnie fascinaram-na tanto que se transformou numa obsessão. A história contada na perspectiva de Ella incomoda às páginas tantas. No papel da visada, pelo escrútinio e devassa na sua vida. Muto há para revelar sobre estas duas mulheres e essa expectativa não se concretiza, ficando uma leitura enviesada da estranha relação.

Por fim, não gostei deste romance. Perdeu o fôlego e perdeu o interesse.

Autor: Madeline Stevens
Páginas: 304
Editora: TopSeller
ISBN: 9789896685782
Edição: 2019/ Setembro

Sinopse:
Ella Crawford tem 26 anos. Sozinha e sem dinheiro, seduz homens desconhecidos para que lhe paguem o jantar. O seu destino muda no dia em que Lonnie e James, um casal abastado, a contratam como ama do seu filho, arrastando-a para um mundo de privilégio.

Ella começa por detestar Lonnie, que, além de rica, é bela, talentosa e parece ter alcançado de mão beijada uma vida familiar perfeita. Mas, à medida que vai convivendo com ela, a sua aversão transforma-se numa atração inexplicável e obsessiva. Começa assim a desejar tudo o que lhe pertence: o seu estilo de vida, a sua atenção, o seu marido e até o amante. O que a levará a uma série de ações progressivamente irrefletidas e perigosas.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Conta-me o teu segredo

A minha opinião:
Não é o primeiro mas não foram muitos os livros de Dorothy Koomson que li. O que sei é que gosto da escrita escorreita, sem subterfúgios, em histórias centradas em mulheres que alternadamente se dão a conhecer. Mulheres de fibra. Mulheres com um drama ou um crime por revelar e superar. Mulheres que sabem o que é o preconceito e a injustiça.

A angústia e a culpa. As duas protagonistas são dominadas por este sentir que tentam recalcar, enquanto o criminoso continua a fazer vitimas num romance que me arrebatou até ao empolgante final, sendo este não desprovido de surpresas. 

E mais não conto para não revelar demasiado mas... pode haver uma mudança de papeis. 
Vale a pena ler e descobrir!


Autor: Dorothy Koomson
Páginas: 432
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03213-3
Edição: 2019/ Outubro

Sinopse:
Pieta tem um segredo.
Há 10 anos, Pieta foi raptada por um homem que se autointitulava "O Assassino da Venda", e que prometeu não a matar se mantivesse os olhos fechados por 48 horas. Pieta nunca contou a ninguém o que lhe aconteceu, decidindo seguir com a sua vida como se nada se tivesse passado. Mas quando "O Assassino da Venda" começa a perseguir as vítimas sobreviventes, Pieta percebe que terá de revelar o seu segredo para salvar a própria vida...

Jody tem um segredo
Há 15 anos, Jody, polícia, cometeu um erro terrível que permitiu que o criminoso em série conhecido como "O Assassino da Venda" escapasse em liberdade. Ao descobrir que a jornalista Pieta sobreviveu a um ataque desse mesmo homem, Jody percebe que talvez tenha encontrado uma forma de o apanhar. Mas essa decisão poderá colocar a vida de duas pessoas inocentes em risco...
Pieta e Jody mantiveram o silêncio para se protegerem. Se o revelarem agora, estarão a salvar ou a sacrificar alguém?
O novo e emocionante thriller da autora de A filha da minha melhor amiga.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Sem Mentiras

A minha opinião:
Este livro tentou-me... pelo autor e pela sinopse.

Um rapto no Brasil, em S. Paulo. Um facto que é do conhecimento público. Convence à partida. Uma trama, um bom enquadramento  sócio-politico e personagens marcantes. Robert Wilson provou o seu brilhantismo. Fiquei fã.

A história agarrou-me desde o início com Sabrina, a vitima inocente do sequestro. E... Boxer. Um protagonista com passado, (há outros três thrillers antereiores que não li) mas não é o único.
Neste poderoso thriller temos uma terceira personagem impactante. O tenebroso Iago Melo, que está a negociar a libertação da filha.

Uma história repleta de ação e muita emoção, que podemos dividir em duas partes, em que o pico e do realismo foi durante o combate urbano, mas a intensidade e o desasossego continua até tudo ser revelado.

Autor: Robert Wilson
Páginas: 416
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722068536
Edição: 2019/ Outubro

Sinopse:
O multimilionário político brasileiro Iago Melo sabe o que quer e como consegui-lo. Sem quaisquer escrúpulos. Quando, apesar de todas as precauções, a sua filha Sabrina é sequestrada, ele contrata formalmente um negociador, mas continua a jogar o seu perigoso jogo, mesmo pondo em risco a vida de Sabrina. Porque um Iago Melo não pode mostrar fraqueza.

Por sorte, ele não contou com a perícia de Charles Boxer, o especialista em sequestros, vindo da Europa, que faz tudo para libertar Sabrina - mesmo contra a vontade do seu cliente. Mas ele não sabe que está profundamente envolvido numa densa rede de política e vingança. E que, no final, a sua dolorosa história pessoal irá desempenhar um importante papel...

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Uma Conspiração de Estúpidos

A minha opinião:
O prefácio, de leitura obrigatória, põe-nos logo em alerta. A mãe do autor é que conseguiu que este livro fosse publicado, depois do suicidio deste, alegando que era formidável, como acabou por ser reconhecido.

Uma conspiração de estúpidos é mesmo isso: uma conspiração de estúpidos com Mrs. Reilly, Ignatius, Mancuso e Jones. Uma Tragicomédia com um protagonista grosseiro e tresloucado que nos faz rir, lamentar e reflectir. Uma sociedade e as suas vicissitudes caricaturizada. E tantas, tantas manhas e manias... numa narrativa endiabrada pautada por muitos diálogos. 

Genial se considerarmos quando foi escrito e a pouca experiência de vida do autor. Um romance intermporal que pode não agradar a todos. Conveniente ler o que se segue para entender melhor a que me refiro.



Autor: John Kennedy Toole 
Páginas: 356
Editora: Terramar
ISBN: 9789727101177
Edição: 2000/ Abril

Sinopse:
O protagonista deste romance é uma das personagens mais memoráveis da literatura norte-americana.


Aos 30 anos, Ignatius J. Reilly vive com a mãe, ocupado a escrever uma demolidora denúncia do século XX, uma perturbante alegação contra uma sociedade perturbada. Devido a uma inesperada necessidade de dinheiro, vê-se catapultado para a febre da existência contemporânea, febre que, por sua vez, contribui para aumentar em alguns graus.


Com prefácio de Nuno Markl surgiu recentemente um nova reedição que reza assim:


"Já tinha ouvido falar e lido algumas referências sobre este clássico da literatura americana, mas nunca me ocorrera lê-lo; a aparente importância da minha frase inicial morre aqui também, pois o que me levou a comprar o livro foi ele estar em saldos e eu precisar de uma obra para ler na viagem de volta a Portugal.
Mal eu sabia que tinha nas mãos um dos meus futuros livros preferidos de sempre e um que me complicaria a apreciação de alguns bons livros que li a seguir («Pronto, é bom mas não é Uma Conspiração de Estúpidos!»). A viagem Nova Iorque — Lisboa passou num instante, com a saga do balofo e arrogante Ignatius e a sua caótica busca por um emprego (e, no fundo, pelo sentido da vida) a ser lida com uma voracidade só interrompida pela ideia de que, mal aterrasse, teria de me dedicar a caçar as outras obras de John Kennedy Toole. Pensamento que depressa esmoreceu ao recordar-me das palavras do escritor Walker Percy no prefácio da minha edição do livro, narrando a triste — mas por fim vitoriosa — saga de Uma Conspiração de Estúpidos. Toole escrevera apenas dois livros — para além deste, A Bíblia de Néon — e suicidara-se em 1969, vítima de uma depressão profunda, alimentada por anos de rejeição do seu trabalho por vários editores. Se o mundo tem hoje esta preciosidade que é Uma Conspiração de Estúpidos, isso deve-se ao comovente e inabalável empenho da mãe do autor, Thelma Toole, e do próprio Walker Percy, que abriu as portas do mundo literário à obra de John Kennedy Toole. O autor morreria longe de imaginar que o seu livro ganharia um Pulitzer e acabaria por tornar-se uma das obras maiores da literatura americana.» 

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Suite 405

A minha opinião:
Suite 405 é nomeada na primeira página deste romance, com o qual recuperei o prazer de ler o que a Sveva escreve.  Li todos (ups!, menos o último que parece que foi o primeiro) e os romances tem todos um elo comum. Um romance com personagens abastadas e priveligiadas, outras humildes e dignas, num cenário de uma beleza absoluta em Itália. 
Personagens que individualmente têm uma história para contar. 

O que me espanta é que não lhes consigo resistir. A escrita fluída, os capítulos curtos, em romances que não são muito fogosos, levam-me a um mundo de glamour e educação que me fazem esquecer tudo o resto. E mais, fico sempre fascinada com algumas personagens. Neste romance foi com Armanda e Chiara. Personagens fortes, com uma obsessão pelos cabelos.

"A música, tal como a leitura, deve ser desfrutada, em todas as suas expressões."  (pag. 362) 
Ora, nem mais! ADOREI.

Autor: Sveva Casati Modignani
Páginas: 376
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03247-8
Edição: 2019/ Outubro

Sinopse:
Um automóvel de luxo avança velozmente a meio da noite pela autoestrada que liga Roma a Milão. A bordo segue o conde Lamberto Rissotto, proprietário de uma importante indústria metalúrgica que gere com sensatez, apesar das dificuldades inerentes à crise económica do país. Lamberto tem pressa de chegar a casa: acabou de descobrir a última e embaraçosa loucura da sua lindíssima mas impulsiva mulher e quer terminar definitivamente a relação com Armanda. Para mitigar a desilusão leva na memória a imagem do recente e fugaz encontro com uma desconhecida "muito jovem, muito bonita, com muita classe".
No meio da noite, outro homem viaja na mesma autoestrada de sul para norte, num carro utilitário coberto de pó: é Giovanni Rancati, sindicalista, que regressa de um encontro com operários. Em Milão espera-o a companheira, Bruna, cabeleireira que, após anos de muitos sacrifícios, conseguiu abrir um salão só seu. Vivem juntos num bairro popular, um daqueles em que as casas que partilham a mesma varanda deixam a descoberto as alegrias e as dores de cada um, uma realidade em que é difícil aguentar até ao fim do mês e em que um sonho pode custar as economias de uma vida. Lamberto e Giovanni representam dois mundos opostos e distantes, mas os seus caminhos vão acabar por se encontrar, um pouco por necessidade e um pouco por acaso. Desse encontro nasce um fascinante cruzamento de destinos em que se reflete a Itália de hoje, ainda dividida por contradições e lutas sociais, mas unida por uma profunda e absoluta necessidade de justiça e de amor.