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terça-feira, 29 de junho de 2021

Grand Hotel Europa

 

A minha opinião:

Quando procuro um novo próximo livro a ler é nas primeiras páginas que o encontro. Entusiasmada segui para o decadente Grand Hotel Europa.

Despojado e realista é difícil esta narrativa não agarrar o leitor com a lucidez com que encara o que se passa no velho Continente.

A fim de pôr o seu passado em ordem, Ilja escolheu o Grand Hotel Europa pela expectativa de que pouco aconteceria que o pudesse distrair mas a história de Abdul provocou-lhe tal impressão que concluiu que todos os escritores da Europa deviam contar as histórias de todos os Abdul que conhecessem. Contudo, o compromisso era escrever sobre o turismo e o balanço feito é notável e digno de uma atenta leitura.

O sarcasmo abrilhanta a narrativa e deixa o leitor com um sorriso refastelado enquanto lê este romance rico e multifacetado. Um romance que nos leva a reflectir, como quando assistimos mudos a uma conversa inteligente de pessoas diferentes. Como um jogo para descobrir o último quadro de Caravaggio numa grande história de amor. Exigente, e talvez por isso, não seja um livro para qualquer leitor mas não deixa de ser um grande romance do alter ego do autor que com muita ironia nos leva num grande passeio pela vida.

Autor: Ilja Leonard Pfeijffer
Páginas: 568
Editora: Livros do Brasil
ISBN: 978-989-711-130-3
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Um escritor aloja-se no ilustre e decadente Grand Hotel Europa. Na bagagem traz os destroços da sua relação com Clio, com quem vivera não só uma esplendorosa história de amor em Veneza, mas também uma emocionante cruzada em busca da última pintura de Caravaggio. Ao mesmo tempo em que confia à memória e à escrita a cura para a sua desolação, deixa-se atrair pelo charme e pelos mistérios daquele hotel e das fascinantes personagens que o habitam. Grand Hotel Europa é um magistral romance de reflexão sobre o nosso continente, sobre o peso da história e da herança cultural que o tornam um magnífico museu a céu aberto irresistível para o turismo de massas, antecipando a partir deste retrato os desafios gigantescos que se anteveem para o futuro. Com esta história de múltiplas camadas, que se lê avidamente, Ilja Leonard Pfeijffer quis criar o grande romance europeu da atualidade.

domingo, 27 de junho de 2021

A Bibliotecária de Saint-Malo

A minha opinião:

O feitiço de Saint-Malo esteve na génese deste romance. Uma história de amor, dor e doença, recém contada quando Mário Escobar queria mostrar o sofrimento das pessoas normais durante a ocupação alemã e sobretudo a perseguição terrível que significou para a cultura e para os livros em particular, com Jocelyn e Antoine Ferrec como protagonistas.

"Uma cidade é como uma mulher. Todos querem conquistá-la e ela resiste. Talvez ocupem as suas ruas, mas nunca a sua alma."

A bibliotecária tinha que salvar os livros que a cidade passara centenas de anos a recolher. A alma e a memória de Saint-Malo.

Um romance que começou muito bem mas rápidamente se perde. As discrepâncias que não tornam a trama muito verossímel e até superfícial e a ausência de empatia com as personagens que aos olhos do leitor não passa de ficção. Admito, foi uma desilusão. Ademais, esperava muito mais referências literárias. Enfim,... Não marca mas é um,a leitura fácil e escorreita que nos dá uma visão da época e de afetos inaceitáveis que poderiam surgir. 
Um romance em que falta alma e o coração do leitor.

Autor: Mario Escobar
Páginas: 320
Editora: HARPER COLLINS
ISBN: 9788491395089
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Jocelyn é a guardiã da Biblioteca de Saint-Malo, uma mulher órfã que se agarra à literatura e ao seu marido, Antoine. Mas ambos correm perigo:
A chegada das tropas alemãs à cidade, em especial a do comandante Adolf Bauman que, empenhado em roubar alguns dos incunábulos que a bibliotecária guarda tão zelosamente, quer acabar com a sua felicidade.

Destinados a ser inimigos e obrigados a viver num mundo em que a loucura prevalece, os protagonistas inesquecíveis deste lindo romance transformar-se-ão em heróis cujo amor será capaz de vencer a guerra.

Mario Escobar é um dos autores de romances históricos mais vendido em Espanha e publicou com grande sucesso na HarperCollins: A Canção de Embalar de Auschwitz e Os Meninos da Estrela Amarela.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

O que Dizer das Flores

A minha opinião:

Bom, tão bom.

Catalina, que personagem extraordinária. E o Formiga de Onde Cantam os Grilos, ou o Baltazar, ou Sr. Bilros, como a Catalina o chama, regressa neste novo romance de Maria Isaac. Imperdível a vida nesta pequena comunidade rural, Mont-o-Ver. 

Os segredos são perigosos, em especial aqueles que pertencem aos outros. 

Difícil é repetir ou superar um feito. Maria Isaac conseguiu. O primeiro romance é bom e o segundo é soberbo. Um daqueles romances que se lê devagar e se relê para saborear as palavras inspiradas e certeiras na caracterização das personagens ou no desenvolvimento da ação. E neste ambiente focado nada se perde e tudo é essencial para o desenrolar da trama que se iniciou dez anos antes com um grande incêndio.

Drama, intriga, aventura, suspense e romance.
E um final surpreendente. Nem o narrador foi como se esperava, o que me faz aguardar com expectativa o próximo livro da autora, provavelmente também ele recheado de personagens ricas de qualidades e defeitos que equilibram e que os leitores acarinham.

Autor: Maria Isaac
Páginas: 224
Editora: Cultura Editora
ISBN: 9789899039438
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Bem-vindo a Mont-o-Ver!

Português que se ponha a caminho da montanha, no inverno, ou da praia, no verão, é certo passar por esta planície de canaviais; mais certo ainda, nem dar por ela. A velha linha férrea passa-lhe ao lado e os comboios já nem sequer abrandam por aqui. Em tanto espaço igual, esta é paisagem fácil de se perder.

Pois permitam que vos apresente os ilustres da vila.
O padre Elias Froes, o homem santo que tem por hábito gastar tempo a pensar no mundo, raramente em si próprio. Guarda segredos que mais ninguém sabe.
Catalina Barbosa, aventureira e contestatária. Menina bem-comportada apenas aos domingos, quando a avó a amordaça dentro de um vestido bonito para ir à missa.
Rosa Duque, a mulher que, em tempos, teve tudo para ser feliz. Foi vencida por um coração partido e resgatada por uma flor.
Zé Mau, o terror na vida das crianças. Os irmãos Mondego, os vilões nas histórias dos adultos.
Este vilarejo pode até ser pequeno e parado, mas está cheio de gente atrapalhada com muita vida para esconder.

Descubram comigo o que aconteceu, afinal, na noite do grande incêndio de há uma década e quem são os verdadeiros heróis desta nossa história pitoresca, temperada com os habituais mal-entendidos.
Bem-vindo a Mont-o-Ver!

Uma Bala com o Meu Nome

 

A minha opinião:

Não está nada mal este thriller... Entusiasma na versão da protagonista que começa pelo sarilho em que é perseguida e se encontra escondida depois do acidente. E recua ao que esteve na origem do volte-face na sua vida e não é nada descabido ou inverossímel. Um assalto e um crime. Depois de um jogo de sedução. 

Por vezes, sou surpreendida com um thriller bem acima das minhas expectativas e sequer é devidamente badalado. O ritmo, o enredo, as personagens e o suspense. Dados novos numa história que não quebra o interesse. Eu imagino o Zoe Bennett como uma mulher real. E o inspector Fergunson também. Ou o Noah.

E o final não desiludiu. Todas as peças encaixaram e este thriller manteve-me presa do princípio ao fim, a torcer por Zoe. Ou Sra. Bennett, quando falava com um dos vilões.
Valente.

Autor: Susana Rodríguez Lezaun
Páginas: 304
Editora: HARPER COLLINS
ISBN: 9788491395096
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Zoe Bennett tem uma vida anódina e rotineira. Com quarenta anos, é uma mulher séria, solitária e com um passado triste, que se refugia no seu trabalho como restauradora no prestigioso Museu de Belas Artes de Boston. Numa festa aborrecida para conseguir doações, conhece Noah, um empregado de mesa jovem e atraente com quem, quase sem se aperceber, começa uma relação louca e tórrida. Demasiado bom para ser verdade? É o que parece.

Uma noite, Noah convence-a a visitar a oficina de restauração quando o museu já fechou as suas portas. Horas mais tarde, a tranquilidade da sua vida rebenta em mil pedaços para se transformar num redemoinho perigoso de avareza e violência onde não poderá confiar em nada nem ninguém e que despertará nela uns instintos e uma força de vontade desconhecidos até então.

A Livraria dos Finais Felizes

A minha opinião:

Torci o nariz quando vi que o livro que tinha comprado era da Edições do Chá das Cinco e poderia ser demasiado lamechas ou adocicado para o que pretendia ler. Contudo, folheei-o e descobri a Nina, uma bibliotecária introvertida e reservada com um vício por livros e que foi arrastada para a Escócia atrás de um sonho algo utópico. 

Achei estranho dois livros com o mesmo título mas de autoras e editoras diferentes. O anterior lembro-me que o li e é um romance encantador mas este é altamente viciante e maravilhoso. Em resumo, são parecidos. Duas boas protagonistas que tinham um apego aos livros e ao seu poder curativo e transformador. Ambas sabiam indicar o livro certo para a pessoa em causa. Por romances assim é que eu gosto desta temática. E também porque acredito nesse poder. 

"Há um universo dentro de cada ser humano tão vasto como o universo fora dele. Os livros eram a melhor forma que Nina conhecia... de quebrar essa barreira; de ligar o universo interior ao exterior, sendo as palavras meras portas de comunicação entre os dois mundos" (pag. 212)

Por último, não falhou o clichê amoroso, não sendo tolo porque está bem engajado na trama. E falta apenas salientar que não são muitas as referências livrólicas.

Autor: Jenny Colgan
Páginas: 320
Editora: Edições Chá das Cinco
ISBN: 9789897104725
Edição: 2021/ março 

Sinopse: 
Nina Redmond é literalmente uma casamenteira. Encontrar o livro perfeito para cada leitor é a sua paixão... e também o seu trabalho. Ou pelo menos era, até a biblioteca pública onde trabalhava fechar as portas. Determinada a encontrar um novo rumo, Nina muda-se para uma pacata vila na Escócia, onde compra uma carrinha e a transforma numa livraria itinerante, viajando pelas Terras Altas e transformando as vidas daqueles com quem se cruza com o poder da literatura. É então que descobre um mundo de aventura, magia e romance num lugar que aos poucos se vai tornando no seu lar… um lugar onde ela poderá escrever o seu final feliz para sempre.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Luto

A minha opinião:

Luto. É um conto que não chega às cem páginas e se refere ao luto de uma familia por uma criança mas também ao luto de uma familia judia por todas as perdas. Culpa, também. Tabu que Eduardo Halfon tentou revelar e para o qual procurou desvendar junto ao lago Amatitlán, na Guatemala. Nessa demanda, descobriu mais do que buscava, sobre si mesmo e a relação com os seus, nas memórias que amíude surgiam. Não é lúgubre ou pesado, antes pelo contrário, tal a beleza da prosa do autor que impele a uma leitura imparável. 

Autor: Eduardo Halfon
Páginas: 112
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722071192
Edição: 2021/ abril  

Sinopse: 
Halfon viaja até à velha casa dos avós, nas margens do lago de Amatitlán, onde em criança costumava passar os fins de semana antes de a família se transferir para a Florida, devido à violenta situação política vivida na Guatemala em princípios da década de 1980. A partir do momento em que pisa o Amatitlán, tudo aquilo que o cerca desencadeia um turbilhão de memórias de infância — algumas ligadas à sua infância na Guatemala, outras dos primeiros anos passados nos Estados Unidos.

Em subtis mas magistrais pinceladas, as recordações de Halfon vão-se conjugando aos poucos para desvendar segredos familiares profundos: a história de Salomón ou, talvez mais rigorosamente, a ausência dessa história, uma vez que ninguém na família falava abertamente dele. E aos poucos começamos a ver as informações dispersas que Halfon conseguiu reunir em criança.

Com Luto, traduzido por José Teixeira de Aguilar, Eduardo Halfon regressa ao universo que tem vindo a construir há anos em torno da personagem chamada Eduardo Halfon — que pode ou não ser o autor — e da história da sua família. Desta feita, centra-se no lado paterno da família: emigrantes judeus libaneses que se radicaram nos Estados Unidos e na Guatemala.

Amnistia

 

A minha opinião:

Não li O Tigre Branco, portanto não posso fazer qualquer tipo de comparação. O que posso assegurar é que gosto muito do Danny, que veio do Sri Lanka e desistiu da Universidade e se deixou ficar na Austrália, ilegal como O Fabuloso Faxineiro.

A narrativa, na voz de Danny, marcada por horas e minutos, em que começa mais um dia de labuta, de acordo com as regras e fórmulas que definiu para se manter à tona sem ser detectado pela imigração é dramáticamente alterada quando descobre que a sua cliente da C5 (casa cinco) foi assassinada. E suspeita...

A partir daí, muitas ilaçõs e reflexões vão sendo desenvolvidas e todas muito pertinentes e dignas, enquanto a ameaça surge, insistente, e a angústia e dúvidas de Danny são partilhadas pelo leitor.

Deambulando por Sydney sentimos que nada era simples para um homem como Danny. Nem mesmo a sensação de desamparo. A vida era uma luta e todos estavam armados, ainda que de forma desigual. Na pele de Danny, avaliamos a imigração e os refugiados sob um prisma único. A pressão é a mesma que sente um ilegal que pode ser enganado, explorado, escravizado e chantageado. Vale a pena reflectir sobre isto com apenas um dia na vida de Danny.

Autor: Aravind Adiga
Páginas: 248
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03409-0
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Danny é um imigrante sem documentos que vive uma vida relativamente tranquila na Austrália.
Após ter-lhe sido negado o estatuto de refugiado, trabalha como empregado de limpeza e vive nos anexos de um supermercado. Uma manhã, descobre que uma das suas clientes foi assassinada.
Danny é confrontado com uma escolha terrível: denunciar o que sabe sobre um crime e correr o risco de ser deportado? Ou não dizer nada e deixar que não se faça justiça? Ao longo de um dia, avaliando o peso do seu passado e dos seus sonhos para o futuro, Danny vai lutar com a sua consciência e tentar decidir se uma pessoa sem direitos tem, apesar disso, responsabilidades.
Estimulante, perspicaz e inteligente, mas também pleno de magia, Amnistia fala-nos de uma luta moral atemporal. Uma história que ganha particular urgência nos dias de hoje.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

O País dos Outros

A minha opinião:

O último romance de Leïla Slimani (e o primeiro que leio), e fiquei surpresa com a força e o poder das palavras que criam uma ligação com o leitor que, se compadece com o sofrimento e a solidão das personagens num romance muito cinematografico. Mathilde é uma mulher que se sentia uma estrangeira, à mercê dos outros.

Um amor jovem levou-a a viver em Marrocos onde esperava aventura e encontrou trabalho e isolamento mas algum tipo de harmonia num ciclo de ódio com o início da descolonização. A docilidade e submissão. A coragem e valores. Tanto para ler numa história verdadeiramente avassaladora. Uma saga familiar que é difícil de esquecer e não ler num ápice. Brutal e realista. Muito, muito bom.

Autor: Leïla Slimani
Páginas: 344
Editora: Alfaguara Portugal
ISBN: 9789897840043
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Da aclamada autora franco marroquina Leïla Slimani, uma atmosférica e inquietante saga familiar que põe em relevo uma mulher enredada entre duas culturas, dividida entre a dedicação à família e o amor à liberdade com que cresceu.

Em 1944, Mathilde, uma jovem alsaciana, apaixona-se por Amine, um oficial marroquino que combate no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra, o casal muda-se para Marrocos e instala-se perto de Meknés. Amine dedica-se a recuperar a quinta herdada do pai, tentando arrancar frutos de uma terra pedregosa e estéril.

Enquanto isso, Mathilde começa a sentir o jugo dos costumes conservadores do novo país, tão sufocante quanto o seu clima. Nem a maternidade apaga a solidão que sente no campo, longe de tudo, num lugar que não é o seu e a verá sempre como estrangeira.

Direi Sempre que Sim

A minha opinião:

O amor é apenas parte da história. 

Gostei tanto desta estória, que apesar de não ser uma que se lê 
sofregamente ou que se espera muita ação, é uma estória de vida com personagens extraordinárias como o são todas as pessoas comuns que lutam e resistem às circunstâncias e constroem ligações com bondade e afeto.

Dois policias de NY são vizinhos nuna pequena localidade nos subúrbios com as suas familias. Irlandeses de origem, que tudo e todos deixaram. O filho de um tem uma ligação com a filha do outro. Peter e Kate são os protagonistas. Personagens duras e fortes, que sobrevivem e ultrapassam um terrível acontecimento. Não sem sequelas.

A generosidade é algo que não se esquece. E o tanto que este pequeno núcleo de personagens vivenciou e com integridade lidou é o que me vai fazer não esquecer esta estória. Uma doença mental que a todos afetou não é algo fácl ou simples mas o amor é apenas parte da históra. 

Muito bom. Despretensiosa e singela trama mas que me deu o que gosto de receber. Não sei se é para todos mas foi para mim.

Autor: Mary Beth Keane
Páginas: 432
Editora: Edições Asa
ISBN: 9789892350530
Edição: 2021/ maio 

Sinopse: 
Francis Gleeson e Brian Stanhope são agentes da polícia de Nova Iorque e vizinhos num subúrbio da cidade. Não são amigos sequer, apenas colegas. Mas o que acontece na intimidade das suas casas - a solidão de Lena, a mulher de Francis; e a instabilidade de Anne, a mulher de Brian - vai ultrapassar as respetivas esferas familiares e marcar as vidas de todos durante décadas.

Pois embora os dois casais mantenham entre si uma relação tensa, os filhos, Kate Gleeson e Peter Stanhope, são os melhores amigos. Na verdade, amam-se desde que se conhecem. Há algo, porém, que os distingue profundamente. Enquanto Kate tem uma vida fácil e um lar acolhedor, Peter carrega o peso do mundo nos ombros, um peso que nenhuma criança deveria carregar.

E quando Kate tem treze anos e Peter catorze, as duas famílias envolvem-se num confronto devastador. Brutalmente separados, Kate e Peter não conseguem aceitar que terão de viver um sem o outro.
Com elegância e profundidade, Mary Beth Keane deixa-nos entrar na esfera íntima destas famílias para nos falar sobre um dos temas mais difíceis e desafiadores da ficção: a decência humana.