A minha opinião:
Não conheço a editora E-Primur mas adorei o livro bem dimensionado e com uma boa grafia. Conheço Irène Némirovsky que considero imperdível nas suas análises comportamentais e humanas. Curiosamente li no verso do livro como temas:guerra dos sexos, decadência, comportamentos, vida familiar, casamento, psicologia e falsas aparências. Nem mais, é isso tudo e era exatamente o que me apetecia ler.
A história passa-se nos anos 20, no pós-guerra com Antoine Marianne, um casal em que as emoções e sentimentos decompostos numa escrita virtuosa e escorreita não deixam de fazer eco no leitor. Diferentes perspectivas numa relação que se vai transformando ao longo do tempo.
É extraordinário como tudo o que li de Irène é muito bom. Talento ímpar de uma boa observadora que compreendia a natureza humana e não a denegria apesar de tudo o que viveu. Uma excelente contadora de histórias. Que romance inebriante.
Autor: Irène Némirovsky
Páginas: 272
Editora: E-primatur
ISBN: 9789898872746
Edição: março/2022
Edição: março/2022
Sinopse:
No rescaldo da Primeira Guerra Mundial e face ao despertar de uma liberdade festiva e vertiginosa, a escritora russa de origem judia, nascida no actual território ucraniano, confronta-nos em Dois com estados de paixão que revira de seguida para expor os seus desencantos, questionando-nos sobre o amor e o casamento, com os seus alicerces frágeis e múltiplos vínculos inquebráveis. Esta anatomia lúcida, cruel e irónica mostra-nos mulheres pouco misteriosas, mas terrivelmente lúcidas quanto ao futuro que reivindicam, e homens aparentemente fortes e encantadores, que acabam por revelar poucas camadas de interesse.
É neste contexto que Marianne, na casa dos vinte anos, filha de Didier Segré, um pintor conhecido, e de uma herdeira rica, conhece Antoine, um sedutor inconstante e egocêntrico. Esta relação feita de sentimentos desiguais e pouco recíprocos conduz a um casamento pautado por relações extraconjugais e assente na força do hábito, nas aparências, na segurança e na passagem do tempo - os elementos que tecem o vínculo conjugal que se revela tanto mais forte quanto mais é forjado na hipocrisia e no constrangimento.