Autor: David Machado
Páginas: 304
ISBN: 9789722062725
Editora: Dom Quixote
Sinopse:
Júlia nunca contou toda a verdade sobre o que lhe aconteceu. Nem aos pais, que a sentem cada vez mais distante; nem às amigas, que não vê há meses. Acreditou que dessa forma seria possível esquecer tudo; mas a memória que o seu corpo guarda não pode ser apagada, e por isso, apesar dos seus dezanove anos, Júlia só deseja ficar quieta, encolhida numa vida vazia, longe de tudo e de todos.
No prédio onde mora, vive Catarina, uma menina de quatro ou cinco anos, filha de uns vizinhos cujas discussões violentas Júlia escuta através das paredes. Salvar essa criança torna-se então essencial à sua própria salvação. Mas será possível fugir do passado quando ele permanece debaixo da pele?
Eis o ponto de partida deste romance fascinante e profundamente actual, que acompanhará os momentos cruciais das vidas de Júlia e Catarina ao longo de mais de trinta anos, nos quais as suas histórias ora se entretecem, ora se afastam.
No prédio onde mora, vive Catarina, uma menina de quatro ou cinco anos, filha de uns vizinhos cujas discussões violentas Júlia escuta através das paredes. Salvar essa criança torna-se então essencial à sua própria salvação. Mas será possível fugir do passado quando ele permanece debaixo da pele?
Eis o ponto de partida deste romance fascinante e profundamente actual, que acompanhará os momentos cruciais das vidas de Júlia e Catarina ao longo de mais de trinta anos, nos quais as suas histórias ora se entretecem, ora se afastam.
A minha opinião:
Sabia que ler um romance de David Machado não seria pacifico. Ademais com o que era sugerido pelo título e pela capa. Preparei-me psicologicamente para as personagens Júlia e Catarina, vitimas de violência. Mas... não me preparei de todo para o que iria ler. Não é possível ficar indiferente ao teor do que escreve muito bem.
"Júlia não está cá" é um conto de "pouco mais de cem páginas sobre um dia na vida de uma rapariga chamada Júlia, que no ano anterior, foi agredida pelo namorado e que desde então, quer viver o menos possível. Porém, nesse dia em particular, conhece uma criança que precisa de ajuda e..." a missão de Júlia foi demais para mim que abandonei a leitura. Como é óbvio, retomei, graças a uma conversa com uma amiga mais esclarecida do que eu sobre o que se seguia.
O distinto segundo conto, de frases curtas e algumas rectificações, é mais próximo no tempo. Trata a relação com contornos trágicos de uma jovem inquilina de um homem mais velho. Tinham em comum o eco da dor das suas infâncias, entranhadas debaixo da pele. E o medo. Uma constante de quem sofre. Salomão, o narrador fictício, criado pelo protagonista para se proteger da violência do texto que explanava o sucedido em duas versões paralelas.
E por fim, o último conto, sobre "As cassetes do Manuel", actual e factual. A infância do Manuel enquanto a mãe travava uma guerra que durava a sua vida toda contra o medo e nisto se resume todo o livro. Um emaranhado que encadeia algumas personagens, que começam por ser vitimas e por vezes, acabam como agressores, resultado do medo e da dor que fica debaixo da pele, porque mesmo que se apague da memória o corpo recorda.
Muito bom e de leitura compulsiva, mas difícil, não pelo discurso que muda, como seria de esperar.
O distinto segundo conto, de frases curtas e algumas rectificações, é mais próximo no tempo. Trata a relação com contornos trágicos de uma jovem inquilina de um homem mais velho. Tinham em comum o eco da dor das suas infâncias, entranhadas debaixo da pele. E o medo. Uma constante de quem sofre. Salomão, o narrador fictício, criado pelo protagonista para se proteger da violência do texto que explanava o sucedido em duas versões paralelas.
E por fim, o último conto, sobre "As cassetes do Manuel", actual e factual. A infância do Manuel enquanto a mãe travava uma guerra que durava a sua vida toda contra o medo e nisto se resume todo o livro. Um emaranhado que encadeia algumas personagens, que começam por ser vitimas e por vezes, acabam como agressores, resultado do medo e da dor que fica debaixo da pele, porque mesmo que se apague da memória o corpo recorda.
Muito bom e de leitura compulsiva, mas difícil, não pelo discurso que muda, como seria de esperar.
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