Páginas

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Uma Mulher Desnecessária

Autor: Rabih Alameddine
Edição: 2017/ agosto
Páginas: 264
ISBN: 978-972-0-03008-5
Tradutor: Tânia Ganho
Editora: Porto Editora

Sinopse:
Aaliya Saleh vive sozinha no seu apartamento em Beirute, rodeada por pilhas e pilhas de livros. Sem Deus, sem pai, sem filhos e divorciada, Aaliya é o «apêndice desnecessário» da sua família. Todos os anos, ela traduz um novo livro para árabe, e depois guarda-o. Os trinta e sete livros que Aaliya já traduziu nunca foram lidos por ninguém. Depois de ouvir as vizinhas, as três «bruxas», a criticar a extrema brancura do seu cabelo, Aaliya tinge-o… de azul.

Neste assombroso retrato da crise de idade de uma mulher solitária, os leitores seguem a mente errante de Aaliya, à medida que ela vagueia pelas visões do passado e do presente da capital do Líbano: reflexões coloridas sobre literatura, filosofia e arte são invadidas por memórias da guerra civil libanesa e do próprio passado volátil de Aaliya. Ao tentar superar o envelhecimento do corpo e as inoportunas explosões emocionais que o acompanham, Aaliya é confrontada com um desastre impensável que ameaça estilhaçar a quietude da vida que ela escolheu para si mesma.

A minha opinião:
SUMPTUOSO!

Um romance para se ler devagar porque Aaliya Saleh é uma protagonista resilente, solitária, culta e inteligente que importa conhecer e apreender. Uma verdadeira leitora e uma leitora voraz que dedicou a sua vida a uma causa sigilosa como tradutora e refere amiude os grandes autores clássicos e contemporâneos com admiração e espirito critico. Entrar na vida desta mulher sujeita a pressões familiares, com uma única amiga Hannah, que perdeu, e três "bruxas" "brancas" por vizinhas que a amparam quando o desastre acontece, é um privilégio e não tenho a eloquência dela para o contar.

"Uma mulher desnecessária" é uma mulher necessária na vida de qualquer livrólico assumido, como eu. Uma referência literária, certamente, que muito beneficiou com  a tradução exemplar em que o belo e singular desta protagonista não se perdeu, antes se enalteceu.

Prosa sentida, linguagem requintada e narrativa inspirada, em que a história e a politica estão lado a lado com a humanidade e as descrições sem serem excessivas são as suficientes para captar a ligação de Aaliya à cidade e ao lar que nunca abandonou durante a Guerra Civil.

Um romance para ler e reler. 

Sem comentários:

Enviar um comentário