Edição: 2018/ março
Páginas: 352
ISBN: 9789898869647
Tradutor: Dina Antunes
Editora: TopSeller
Sinopse:
A verdade é um conceito complexo.
James Whitehouse é um bom pai, um marido dedicado e uma figura pública carismática e bem-sucedida. Um dia, é acusado de violação por uma colaboradora próxima.
Sophie, a sua esposa, está convencida de que ele é inocente e procura desesperadamente proteger a sua família das mentiras que ameaçam arruinar-lhes a vida.
Será que é sempre interpretada da mesma forma?
Kate Woodcroft é a advogada de acusação.
Ela sabe que no tribunal vence quem apresentar os melhores argumentos, e não necessariamente quem é inocente.
Ainda assim, está certa de que James é culpado e tudo fará para o condenar.
De que lado estará a verdade?
Será James vítima de um infeliz mal-entendido ou o autor de um sórdido crime?
E estará a razão do lado de Sophie ou de Kate?
Este escândalo — que irá forçar Sophie a reavaliar o seu casamento e Kate a enfrentar os seus demónios — deixará marcas na vida de todos eles.
A minha opinião:
Adoro o toque aveludado da capa deste livro.
Começou por me agradar assim que li a sinopse nas redes sociais, numa altura em que os escândalos sexuais estão na boca do mundo. Um romance de uma jornalista/escritora com a perspetiva de todos os envolvidos, ainda que seja fição, pareceu-me promissor. A curiosidade levou a melhor. A memória remonta para outros casos reais, alguns que a autora chegou a alumiar.
A expetativa era alta e sensivelmente até metade do livro estava longe de corresponder. A narrativa que salta no tempo e no espaço, dava apenas a conhecer os perfis das personagens, sendo uma delas uma misteriosa desconhecida do passado de James e Sophie enquanto estudantes universitários. Com o início do julgamento, sem que tenha sido dado particular destaque à vitima da violação, o interesse na narrativa, exemplarmente escrita, aumenta e redobra quando se percebe o que está por detrás daquele processo. O carisma das personagens faz o resto.
Um tema pertinente e não isento de preconceito. "A violação é um crime particularmente sórdido e, se não se tratar de uma violação cometida por um estranho, uma violação contra a qual nos alertaram quando ainda éramos miúdas - o homem numa viela que nos encosta uma arma lâmina ao pescoço -; se for uma violação cometida por um homem bem-apessoado, de classe média, que já teve uma relação com a queixosa; o tipo de homem com o qual nos cruzamos na rua ou vemos à porta de uma escola; que de bom grado convidaríamos para jantar ou que apresentaríamos aos nossos pais ou aos nossos filhos; se for esse tipo de violação e esse tipo de homem, então é algo difícil de fazer para um jurado - livrar-se dessa particularmente suja e intransigente nódoa." (pag. 265/6)
A expetativa era alta e sensivelmente até metade do livro estava longe de corresponder. A narrativa que salta no tempo e no espaço, dava apenas a conhecer os perfis das personagens, sendo uma delas uma misteriosa desconhecida do passado de James e Sophie enquanto estudantes universitários. Com o início do julgamento, sem que tenha sido dado particular destaque à vitima da violação, o interesse na narrativa, exemplarmente escrita, aumenta e redobra quando se percebe o que está por detrás daquele processo. O carisma das personagens faz o resto.
Um tema pertinente e não isento de preconceito. "A violação é um crime particularmente sórdido e, se não se tratar de uma violação cometida por um estranho, uma violação contra a qual nos alertaram quando ainda éramos miúdas - o homem numa viela que nos encosta uma arma lâmina ao pescoço -; se for uma violação cometida por um homem bem-apessoado, de classe média, que já teve uma relação com a queixosa; o tipo de homem com o qual nos cruzamos na rua ou vemos à porta de uma escola; que de bom grado convidaríamos para jantar ou que apresentaríamos aos nossos pais ou aos nossos filhos; se for esse tipo de violação e esse tipo de homem, então é algo difícil de fazer para um jurado - livrar-se dessa particularmente suja e intransigente nódoa." (pag. 265/6)
Ao contrário do que eu esperava e talvez por isso, é mais romance e menos thriller, mais descritivo e menos ação, o foco está mais no sentir das personagens do que nas peripécias, e como tal demorei a apreciar a narrativa inteligente que nos conduz inevitávelmente a algum tipo de reflexão amadurecida. O final surpreende pela positiva, porque achei consistente e principlamente verossímel. Poderia ser real.
Gostei muito e recomendo.
Gostei muito e recomendo.
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