Ora bem... Não sei se iria ler este livro se não fosse muito bem recomendado por quem me conhece como leitora. Gosto de ouvir Valter Hugo Mãe que me faz sorrir com o seu humor inteligente mas os seus romances nem sempre me agarram e desde o Desumanização fiquei sem animo para o ler. Deus na Escuridão fizemos as pazes.
Prosa poética para descrever a democrática miséria na ilha da Madeira e a devoção para a suportar como sentido extremo da vida. Uma criança de dez anos é o narrador inicial. Felicissimo é a alcunha do dedicado irmão de Poucochinho, assim também chamado por ausencia de sexo que, viviam na casa mais subida e mais pobre da ilha nos anos oitenta. Uma história tão corrida que se lê como se fosse cantada, tal o ritmo marcado, que descreve a vida das gentes com bondade e inocência. O amor filial e o amor fraterno.
"Eu acho que Deus guarda para as mulheres um pedaço muito maior de ternura."
Deus na escuridão é o capítulo 10 do início da segunda parte e nenhuma mãe fica indiferente ao comparar o imenso amor por um filho a Deus.
"Deus é exatamente como as mães. Liberta seus filhos e haverá de buscá-los eternamente."
Lindo, terno, maravilhoso. Um narrador e protagonista único, Amei.
Autor: valter hugo mãe
Páginas: 288
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03099-3
Edição: janeiro/2024
Edição: janeiro/2024
Sinopse:
«Deus é exactamente como as mães. Liberta Seus filhos e haverá de buscá-los eternamente. Passará todo o tempo de coração pequeno à espera, espiando todos os sinais que Lhe anunciem a presença, o regresso dos filhos.»Este livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus.
Passada na ilha da Madeira, esta é a história de dois irmãos e da necessidade de cuidar de alguém. Delicado e profundo, Deus Na Escuridão é um manifesto de lealdade e resiliência.
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