A minha opinião:
Femicídio.
Mulheres mortas pelo simples facto de serem mulheres porque se tornaram objeto de misoginia. A pobreza também as vitimiza. E este livro é um grito de alerta para o que não pode ser aceite pela sociedade ou passar impunemente pela justiça mas que ainda é assustadoramente real.
Três crimes, entre centenas de outros, nos anos oitenta no interior da Argentina. Simples e direto não poupa o leitor à insegurança e ao temor que, surge num dia rotineiro. Sem motivo e que até no aconchego do lar pode alcançar.
Eu sabia ao que ia e um não ficção não seria uma leitura fácil ou leve mas que deve ser feita. Obrigatório reflectir. Um livro que se lê muito rápidamente mas que me custa ler.
Autor: Selva Almada
Páginas: 192
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722063050
Edição: setembro/2017
Sinopse:
«Três adolescentes de província assassinadas nos anos oitenta, três mortes impunes ocorridas quando ainda, no nosso país, desconhecíamos o termo femicídio.»Três assassínios entre centenas que não chegam aos títulos de capa nem atraem as câmaras dos canais de TV de Buenos Aires. Três casos que chegam desordenados: são anunciados na rádio, recordados no jornal de uma cidade, alguém fala deles numa conversa. Três crimes ocorridos no interior da Argentina, enquanto este país festejava o regresso da democracia. Três mortes sem culpados. Convertidos em obsessão com o passar dos anos, estes casos dão lugar a uma investigação atípica e infrutífera. A prosa nítida de Selva Almada plasma em negro o invisível, e as formas quotidianas da violência contra meninas e mulheres passam a integrar uma mesma trama intensa e vívida.
Inscrevendo-se no género romance não ficção, inaugurado por Truman Capote, Raparigas Mortas é uma obra singular. Combinando perceções e lembranças pessoais com a investigação de três femicídios no interior da Argentina durante a década de 80, Selva Almada revela, de modo subtil, a ferocidade do machismo e o desamparo das mulheres pobres, ao mesmo tempo que abre novos rumos à narrativa latino-americana.