Abri e fiquei. Aquela mãe da Leonor reconheço. A ficção imita a realidade.
Uma história que flui tão bem que, nos deixamos levar.
Não li o livro anterior da Rita, e sequer ouço o podcast mas sigo os comentários sobre as leituras mensais. E não consigo não imaginar a Rita a representar a Leonor.
Gosto da autenticidade introspectiva e lúcida e das várias camadas que vai revelando neste romance que me surpreendeu e prendeu. Despretensioso e cativante. O facto de eu conhecer uma mãe tão sufocante e controladora também ajudou. Talvez as pessoas tóxicas tenham os mesmos códigos mentais e de conduta. Uma confissão a uma desconhecida é a melhor terapia.
Autor: Rita da Nova
Páginas: 240
Editora: Manuscrito Editora
ISBN: 9789899181175
Edição: abril/2024
Sinopse:
Para Leonor, ir de Erasmus significava começar de novo, aqueles meses em Turim seriam o balão de oxigénio de que tanto precisava para se afastar da mãe controladora, talvez até libertar-se da pessoa reservada e observadora que tinha aprendido a ser a casa. Onde ninguém a conhecesse, poderia ser quem quisesse.
Na cidade italiana, ela descobre partes de si que ignorava existirem, muitas delas novas e entusiasmantes. Mas há um outro lado de si que se revela, uma parte que a envergonha e amedronta, atitudes em que não se reconhece e cujas consequências vão ficar consigo para sempre.
Dez anos depois, mais uma vez a adiar o reencontro com o passado, Leonor dá por si a revelar a uma estranha tudo o que aconteceu naqueles meses e de que forma o fogo, até então tão inofensivo, acabou por lhe deixar marcas eternas.
Depois de um romance de estreia que se tornou um sucesso imediato, Rita da Nova está de volta com uma personagem complexa em busca de si própria, que procura conciliar as suas várias versões. Afinal, somos mais nós quando estamos junto das pessoas que nos conhecem ou quando estamos longe de tudo e podemos ser quem quisermos?