Autor: Teolinda Gersão
Edição: 2017/ julho
Páginas: 144Edição: 2017/ julho
ISBN: 978-972-0-04863-9
Editora: Porto Editora
Sinopse:
A morte de um homem amado; o pranto de uma mulher que falha uma promessa e se julga castigada; uma mãe, uma filha e o cheiro venenoso das acácias; uma mulher que se extravia dentro dos seus sonhos; aquele elevador com alguém preso lá dentro; o futebol, implacável jogo bravo; setenta e cinco rosas cor de salmão, seguras por um laço de seda e embrulhadas em papel de prata; solidariedade machista, conselhos de um velho a um rapaz; uma água-marinha que traz uma mensagem; não cobiçar as coisas alheias; uma teia de enredos, e a Alice que caiu num buraco do qual dificilmente conseguirá sair.
Catorze contos extraordinários, de uma das autoras mais consagradas e inquietantes da literatura actual, que nunca deixa de nos surpreender com a acutilância e profundidade da sua escrita.
A minha opinião:
Comecei o ano a ler dois livros em simultâneo, o que não é nada habitual em mim. Claro que conclui primeiro o mais pequeno, que dissimulado dentro da minha mala me acompanhava para todo o lado. Um livro de contos. Um livro que eu adiava ler, por suspeita de que a linguagem fosse difícil e o estilo melancólico. Teolinda Gersão, um nome em que eu alimentava esse tipo de fantasia. Por isso, não experienciei mais cedo.
Não poderia estar mais equivocada. A escrita é exemplar na sua correção, maestria e flui com desembaraço. A prosa é inspirada, e a leitura é fácil e enriquecedora.
Contos soltos, na sua maioria numa perspetiva feminina em que tenho dificuldade em afirmar de qual gostei mais. Adorei o significado e desfecho do primeiro, emocionei-me com o segundo, entristeci com o terceiro e o quarto, diverti-me com o quinto, compreendi muito bem o sétimo e o oitavo, inquietei-me com o nono, delirei com o décimo, suspirei com décimo primeiro, refleti amargurada sobre o décimo segundo e continuei a sentir todos como próximos inclusive o décimo terceiro. O mais longo, o último - Alice in Thunderlan - saí deste registo. Não deixei de o ler com toda a atenção porque a história de Lewis Carroll que tem por base, nunca me agradou por ser sombria e perturbadora. Prantos, amores e outros desvarios é um bom título.
Possivelmente, os melhores contos que já li. Provavelmente, o primeiro seja o conto de que mais gostei.
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