Edição: 2018/ fevereiro
Páginas: 248
ISBN: 9789722361644
Tradutor: Maria das Mercês Peixoto
Editora: Presença
Sinopse:
Ada aprendeu com a avó, Teresa, a não ter medo e a não perder a coragem: sempre que algo de belo parece desaparecer, ela deve apurar o ouvido e prestar atenção aos sons. Só assim será possível reconhecer os sons das coisas que começam. Alguns são simples e têm uma magia especial: uma orquestra no momento de afinar os instrumentos, o vento uivante na tempestade, o tilintar de chávenas de café todas as manhãs... Mas na vida nem sempre sabemos reconhecer as coisas belas - quando deixamos de acreditar em nós próprios, ou quando alguém parte. Para Ada, agora que Teresa está gravemente doente, o medo de ficar só é tão forte que a tolhe . Mas ela conhece Giulia, a enfermeira que a encoraja, e Matteo, o homem que a surpreende com o amor incondicional. Giulia e Matteo irão confirmar que o amor significa prestar atenção aos sons que ninguém, exceto cada um de nós, consegue ouvir. E Ada irá aprender que, mesmo quando as coisas estão a terminar, algures no mundo elas estão também a começar.
A minha opinião:
Um romance de emoções. Suave, subtil e tão forte, que me obrigava a parar de ler para me recompor.
Uma avó especial, que criou a neta desde os três anos. Teresa está doente. Hospitalizada. Aga, a neta, imaginativa, disléxica, vive fora da realidade, mas atenta a tudo o que a rodeia (como a avó lhe ensinou) e Giulia, a cuidadora, prática e alheia. Submissa sem o deixar saber. E por fim, Matteo. Não chegam a ser uma mão cheia as personagens que preenchem as páginas deste romance de estreia, no entanto, encheram-me de afeto. Ao ler, percebi enfim, o quanto gosto de romances de estreia pela admirável convicção de que as palavras cheguem ao leitor com o mesmo ímpeto com que as escreveram. E chegam.
Este romance tem duas partes, que acontecem em simultâneo. Talvez seja assim que as coisas irreparáveis, aquelas que tomam um curso antes inimaginável e depois inesquecível, sejam de uma só espécie, nem boa nem má, apenas muito poderosa e surpreendemente frágil. Na dor, não se consegue ver as coisas em perspetiva. Apenas podemos estar atentos ao som das coisas que começam.
Os livros da Presença são imensos, não só pelo muito que nos fazem sentir, como pela delicada espessura dos livros que nos induzem no erro de que a leitura seja breve. Temas importantes, que parecem banais, se a abordagem não fosse diferente, como neste romance que se considera a perda, a amizade, o amor e a morte. Muito bom. Gostei muito.
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