Edição: 2012, Setembro
Páginas: 496
ISBN: 9789892320106
Editora: ASA
Sinopse:
Quando Vianne Rocher recebe uma dessas cartas, ela sente que a mão do destino está a empurrá-la de volta a Lansquenet-sur-Tannes, a aldeia de Chocolate, onde decidira nunca mais voltar. Passaram já oito anos, mas as memórias da sua mágica chocolataria La Céleste Praline são ainda intensas. A viver tranquilamente em Paris com o seu grande amor, Roux, e as duas filhas, Vianne quebra a promessa que fizera a si própria e decide visitar a aldeia no Sul de França.
À primeira vista, tudo parece igual. As ruas de calçada, as pequenas lojas e casinhas pitorescas… Mas Vianne pressente que algo se agita por detrás daquela aparente serenidade. O ar está impregnado dos aromas exóticos das especiarias e do chá de menta. Mulheres vestidas de negro passam fugazes nas vielas. Os ventos do Ramadão trouxeram consigo uma comunidade muçulmana e, com ela, a tão temida mudança. Mas é com a chegada de uma misteriosa mulher, velada e acompanhada pela filha, que as tensões no seio da pequena comunidade aumentam. E Vianne percebe que a sua estadia não vai ser tão curta quanto pensava. A sua magia é mais necessária do que nunca!
A minha opinião:
À primeira vista, tudo parece igual. As ruas de calçada, as pequenas lojas e casinhas pitorescas… Mas Vianne pressente que algo se agita por detrás daquela aparente serenidade. O ar está impregnado dos aromas exóticos das especiarias e do chá de menta. Mulheres vestidas de negro passam fugazes nas vielas. Os ventos do Ramadão trouxeram consigo uma comunidade muçulmana e, com ela, a tão temida mudança. Mas é com a chegada de uma misteriosa mulher, velada e acompanhada pela filha, que as tensões no seio da pequena comunidade aumentam. E Vianne percebe que a sua estadia não vai ser tão curta quanto pensava. A sua magia é mais necessária do que nunca!
A minha opinião:
O último romance e o terceiro da série "Chocolate", que para mim, é o primeiro em tudo, porque esta autora é uma estreia absoluta. Vi o filme baseado no primeiro livro desta série, com Juliette Binoche e Johnny Depp e recordo vagamente o ambiente bucólico daquela aldeia e a presença subtilmente distinta de Vianne. Uma mulher livre, que se deslocava com o vento, com capacidades extrassensoriais. A mãe considerava-se bruxa.
"Essa palavra está sobrecarregada agora com história e preconceitos. As pessoas que dizem que as palavras não têm poder não sabem nada sobre a natureza delas. Bem colocadas, podem pôr fim a um regime; podem transformar o afeto em ódio: podem começar uma religião ou mesmo uma guerra. As palavras são as pastoras das mentiras; conduzem os melhores de nós ao matadouro."
(pag.258)
Esta estória é contada a duas "vozes"; Padre Francis Reynaud e Vianne em capítulos alternados durante aproximadamente um período de tempo correspondente a um mês - enquanto decorria o Ramadão, sobre uma guerra ... "(...) entre homens e mulheres; velhos e novos; amor e ódio; Oriente e Ocidente; tolerância e tradição." (pag. 377)
Como o vento, ora suave e agradável, ora violento e tumultuoso, também assim se pode descrever esta narrativa. Enfeitiçou-me e levou-me perplexa ao longo das suas quase 500 páginas "aconchegando-me num casulo de doçura".
Pessoas e a sua interação que pode ser inquinada com um elemento numa pequena comunidade marcada pela diferença e pela mudança. As crianças tem a estranha faculdade de as aceitar. Mas, nós os adultos julgamo-nos tão espertos que não sabemos do que precisamos e deixamo-nos enganar ou manipular. É fantástico quando um livro nos conduz a uma reflexão e nos dá muito mais do que aquilo que esperávamos.
"Se o mundo fosse assim tão simples para nós... Mas nós temos a estranha faculdade de nos concentrarmos na diferença; como se excluir os outros pudesse tornar mais forte o nosso sentido de identidade. No entanto, em todas as minhas viagens descobri que as pessoas são geralmente iguais em todo o lado. Sob o véu, a barba, a sotaina, é sempre o mesmo mecanismo. Apesar daquilo em que a minha mãe acreditava, não há magia no que fazemos. Vemos porque olhamos para além de toda a confusão do que os outros veem. As cores do coração humano. As cores da alma."
(pag. 235)