Edição: 2012, Abril
Páginas: 216
ISBN: 9789896660918
Editora: Contraponto
Sinopse:
Ennio é um jovem tímido que tem um interesse muito especial: lágrimas, misteriosas gotas de água salgada que contêm sonhos, lembranças, medos… Quando vê uma, fotografa-a e inventa uma história. Contudo, o próprio Ennio não chora, nunca. Aprendeu a enterrar a dor, a ocultar os sentimentos e, com eles, o seu segredo mais inconfessável.
Fugindo do passado, Ennio parte para Nova Iorque. Certo dia, encontra o diário de uma rapariga japonesa: Kazuko. Deslumbrado pelos fabulosos desenhos que encontra naquelas páginas, Ennio parte numa busca incessante para devolver o livro à dona. Durante este périplo, a sua história entrecruza-se com a de outras personagens tão excêntricas quanto cativantes: Gianny, que tem uma fisga no nome; Arwin, que filma tudo o que o rodeia com uma câmara escondida no cabelo; Josh, que perdeu a mulher no atentado às Torres Gémeas e agora coleciona pó; e, ainda, uma gaivota ferida, resgatada da neve de abril – que, dizem, dá sorte.
Uma fábula enternecedora com pequenas ilustrações do autor. Gabriele Picco também desenhou a capa, que na realidade foi uma escultura que fez.
Ennio é um jovem tímido que tem um interesse muito especial: lágrimas, misteriosas gotas de água salgada que contêm sonhos, lembranças, medos… Quando vê uma, fotografa-a e inventa uma história. Contudo, o próprio Ennio não chora, nunca. Aprendeu a enterrar a dor, a ocultar os sentimentos e, com eles, o seu segredo mais inconfessável.
Fugindo do passado, Ennio parte para Nova Iorque. Certo dia, encontra o diário de uma rapariga japonesa: Kazuko. Deslumbrado pelos fabulosos desenhos que encontra naquelas páginas, Ennio parte numa busca incessante para devolver o livro à dona. Durante este périplo, a sua história entrecruza-se com a de outras personagens tão excêntricas quanto cativantes: Gianny, que tem uma fisga no nome; Arwin, que filma tudo o que o rodeia com uma câmara escondida no cabelo; Josh, que perdeu a mulher no atentado às Torres Gémeas e agora coleciona pó; e, ainda, uma gaivota ferida, resgatada da neve de abril – que, dizem, dá sorte.
Uma fábula enternecedora com pequenas ilustrações do autor. Gabriele Picco também desenhou a capa, que na realidade foi uma escultura que fez.
A minha opinião:
Uma fábula urbana sobre o amor e a imaginação. Uma fábula ... porquê? Para mim, uma fábula é um género narrativo em que as personagens são animais, que personificam carateristicas humanas como a fala.
Conto Urbano.
Personagens com comportamentos errantes ou desconcertantes, em consequência de situações passadas, de medo, dor, perda, solidão, culpa. A linguagem utilizada é a dos afetos nesta imaginativa narrativa. Estados de espirito, emoções e sentimentos sobressaem e são "lidos" pelo coração e não pela mente.
Ennio é a principal personagem, estranha e intrigante, que virou costas a algo em Itália, e nos dá a conhecer uma panóplia de outras personagens como o patrão Gianny, rude e em stress para sustentar um negócio de sucesso, e, com alguma ambiguidade moral; Arwin e a sua omnipresente Zelda que filma tudo de uma éfemera existência; Jessica - pequena irmã de Arwin doente; Josh e o trauma presente da perda da mulher no 11 de Setembro, que compulsivamente colecciona pó; Victoria, rica e solitária que troca emails com o vizinho, até se envolverem; e finalmente Kazuko, a excêntrica artista, que esqueceu um diário de imagens/ "biblia", que apaixona Ennio.
Aparentemente nada liga estas personagens, mas na imensa Nova Iorque, cruzam-se e convivem estas existências marcadas por algum tipo de amor e perda.
Pequenos contos num conto maior que o autor com uma linguagem simples e até poética (e os desenhos de Kazuko), muita criatividade e fantasia, nos envolve e arrebata como crianças grandes na ambiguidades dos sentidos e sentimentos.
Gostei do "humor" e sentir recalcado que representa o homenzinho na barriga do Ennio. Ennio que nunca chora e coleciona fotos de lágrimas.
"Faz-me lembrar uma das centenas de fotografias que tirou às lágrimas de pessoas. Começou em menino, com a sua Polaroid, e, agora, fotografar essas pequenas gotas salgadas com a máquina digital tornou-se para ele uma espécie de obscessão. Está convencido de que nas lágrimas das pessoas se pode ler o seu passado. Até as recordações mais longínquas..."
Conto Urbano.
Personagens com comportamentos errantes ou desconcertantes, em consequência de situações passadas, de medo, dor, perda, solidão, culpa. A linguagem utilizada é a dos afetos nesta imaginativa narrativa. Estados de espirito, emoções e sentimentos sobressaem e são "lidos" pelo coração e não pela mente.
Ennio é a principal personagem, estranha e intrigante, que virou costas a algo em Itália, e nos dá a conhecer uma panóplia de outras personagens como o patrão Gianny, rude e em stress para sustentar um negócio de sucesso, e, com alguma ambiguidade moral; Arwin e a sua omnipresente Zelda que filma tudo de uma éfemera existência; Jessica - pequena irmã de Arwin doente; Josh e o trauma presente da perda da mulher no 11 de Setembro, que compulsivamente colecciona pó; Victoria, rica e solitária que troca emails com o vizinho, até se envolverem; e finalmente Kazuko, a excêntrica artista, que esqueceu um diário de imagens/ "biblia", que apaixona Ennio.
Aparentemente nada liga estas personagens, mas na imensa Nova Iorque, cruzam-se e convivem estas existências marcadas por algum tipo de amor e perda.
Pequenos contos num conto maior que o autor com uma linguagem simples e até poética (e os desenhos de Kazuko), muita criatividade e fantasia, nos envolve e arrebata como crianças grandes na ambiguidades dos sentidos e sentimentos.
Gostei do "humor" e sentir recalcado que representa o homenzinho na barriga do Ennio. Ennio que nunca chora e coleciona fotos de lágrimas.
"Faz-me lembrar uma das centenas de fotografias que tirou às lágrimas de pessoas. Começou em menino, com a sua Polaroid, e, agora, fotografar essas pequenas gotas salgadas com a máquina digital tornou-se para ele uma espécie de obscessão. Está convencido de que nas lágrimas das pessoas se pode ler o seu passado. Até as recordações mais longínquas..."
(pag. 32)
Diferente e ... primeiro estranha-se e depois entranha-se. A ler!
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