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terça-feira, 21 de maio de 2019

A Única História

A minha opinião:
Julian Barnes continua igual a si próprio, com uma trama de uma simplicidade desarmante que se revela de uma complexidade estonteante. Sentimentos e emoções que vemos à lupa guiados pela memória de Paul. Divertido, de início, questiona que palavra usaríamos para descrever uma relação entre um rapaz de dezanove anos e uma mulher de quarenta e oito. E conta a sua história. A única que interessa. 

A narrativa analítica abrange relacionamentos e sentimentos, muitas vezes tristes, descodificando, uma relação desigual como esta. Afinal... andamos todos à procura de um lugar seguro. E se não o encontrarmos, então temos de aprender a passar o tempo. 

Contrariamente ao que seria de se esperar, não se trata de uma paixão avassaladora que derruba barreiras. Um amor envergonhado, em que as restantes personagens como o marido e as filhas de Susan, a amiga Joan ou os amigos e pais de Paul não têm relevo. Personagens sem brilho ou alegria.

Os romances de Julian Barnes são para ler devagar. A fleuma inglesa no seu melhor.

Autor: Julian Barnes
Edição: 2019/ abril
Páginas: 256
ISBN: 9789897224690
Editora: Quetzal

Sinopse:
«Preferiam amar mais e sofrer mais; ou amar menos e sofrer menos?» É com este convite à reflexão - um enunciado falso, já que não temos escolha, pois não se controla o quanto se ama - que Barnes inicia o seu mais recente romance.

À guisa de preâmbulo, o narrador faz-nos notar que, embora todos tenhamos imensas histórias, inúmeros acontecimentos e ocorrências que transformamos em histórias, cada um de nós tem apenas uma, aquela história - a que contamos mais vezes, nomeadamente a nós mesmos. E a primeira questão que se levanta é se o facto de a contarmos e recontarmos nos aproxima da verdade.

A história do narrador deste livro é a da relação amorosa que se inicia entre ele, um jovem de dezanove anos e a senhora Macleod, uma mulher casada de quarenta e muitos, durante um jogo de ténis.

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