A minha opinião:
Improvável este romance não me chamar a atenção com este título e esta capa belíssima. Mal conseguia esperar para o começar a ler!
Kate Souza não é uma protagonista qualquer que apela à compaixão. Um narrador, ora seco, ora abupto, que mistura conflitos claros e zonas cinzentas, estranhezas coerentes e assustadoras, numa narrativa que começa logo após a morte do pai por afogamento no rio Lima num regresso a Portugal depois de emigrados nos EUA onde enviuvara.
Consciência, medo, solidão e morte. Os temas recorrentes em muitos pensamentos desordenados que Kate catalisa na escrita. Conto da Realidade. Cenas imprevisíveis do dia a dia também. O caos interior em pequenas metáforas do exterior em palavras que fazem eco em quem lê. Era uma vez uma história.
Não foi uma leitura fácil. E não correspondeu às minhas expectativas. Bem escrito mas com uma estrutura circular e não linear para uma leutura do mundo.
Autor: Jacinto Lucas Pires
Páginas: 168
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03330-7
Edição: 2020/ setembro
Sinopse:
Órfã de mãe, desde cedo Kate Souza aprendeu a conviver com os silêncios do pai António e o espaço que estes ocupavam na ampla casa familiar, de madeira, com cerca e relvado à frente, igual a tantas outras, nessa terra das oportunidades para onde há muito os pais haviam emigrado. No entanto, quando António morre afogado no rio Lima, durantes as primeiras férias de Kate em Portugal, ela sente-se perdida, culpada e com uma história nas mãos. Uma história que é a sua vida. Talvez seja isso que – num mundo duro e doente, com cada vez menos capacidade de imaginação – faz dela escritora.
Identidade e culpa, amizade e amor, jornalismo e literatura, totalitarismo e loucura, terrorismo e religião cruzam-se na história desta mulher, num tempo e num mundo onde, à falta de outro milagre, as velhas linguagens parecem querer renascer.