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domingo, 20 de setembro de 2020

Rua de Paris em Dia de Chuva

 

A minha opinião:

Rua de Paris em Dia de Chuva é uma delícia.

A autora, referida pelo narrador, identifica-se com o artista Gustave Caillebotte. Mais do que um mero interesse de uma romancista por uma personagem. A autora recorda coisas como se as visse porque sente que as viu. Uma ligação misteriosa que a leva a agarrar-se às fotos e documentos que Helena, uma professora de História de Arte lhe oferece.

A trama e a escrita não é nada fastidiosa, aliás, é bela, segura e fluída e com ela transporta o leitor para um tempo e um lugar remotos, com fascínio, numa narrativa vivaz que segue a família Caillebotte. Um retrato de época. Dos melhores que já li. Para mais, na companhia de jovens pintores como Monet, Degas, Pissaro, Renoir, entre outros. Os intransigentes. Impressionistas.

Gustave Caiilebotte pintou mais de quinhentos quadros e à boleia de algumas dessas obras Isabel Rio Novo escreve este romance inspirado, com uma das telas como imagem e título de capa. "O quotidiano mais banal pode conter em si estranheza sufíciente para abalar as nossas certezas." (pag. 125)

Autor: Isabel Rio Novo
Páginas: 232
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722069694
Edição: 2020/ junho

Sinopse: 
Na capital francesa, vivem-se tempos de profundas transformações, com a abertura dos grandes bulevares e o despertar de uma nova corrente artística, o Impressionismo, que irá alterar o olhar dos indivíduos sobre a arte e o mundo.

Mas que história de amor à distância poderão experimentar o protagonista deste romance - um diletante chamado Gustave Caillebotte, amigo e mecenas de pintores como Monet e Renoir e, afinal, ele próprio um artista de primeira linha - e a sua Autora, que há anos persegue a história deste milionário triste e decide agora escrever sobre ela? E que papel desempenha nessa relação a enigmática Helena, uma professora de História da Arte que parece saber tudo sobre Caillebotte?

Combinando o impulso histórico com a tentação do fantástico, Isabel Rio Novo - duas vezes finalista do Prémio LeYa - oferece-nos com Rua de Paris em Dia de Chuva uma peça literária fascinante acerca do poder da arte, que a confirma como uma das vozes mais relevantes da ficção portuguesa contemporânea.

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