"E depois havia a minha filha. O facto de a ter abandonado não saía da minha cabeça, nem por um instante.
...
A cada vinte e nove dias, o luar desenhava um quadrado lento que atravessava o colchão onde nos tinhamos sentado para passar a última noite juntas e a cada mês quase esperava poder trazê-la para junto de mim. Em vez disso, o luar iluminava apenas a minha solidão e eu ficava ali sentada, sob o seu brilho pálido, a recordar-me dela como ela era e a imaginar como seria agora. A quilómetros e quillómetros de distãncia, sentia a minha filha a mudar, a crescer e desenvolver-se a cada novo dia, sem mim. Desejava estar com ela, testemunhar a sua transformação.
Mas por muito que quisesse voltar a estar com ela, não podia ir até ao seu encontro. O meu desejo por ela parecia-me egoísta. Deixá-la com Grant foi a maior prova de amor que alguma vez lhe podia ter dado e não me arrependia disso. Sem mim, a minha filha estaria em segurança. Grant ia amá-la como me tinha amado a mim, com uma devoção e carinho que eu não merecia. Era tudo o que podia desejar para ela."
(A Linguagem Secreta das Flores, de Vanessa Diffenbaught, pags. 349/50)
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