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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Improbabilidade do Amor

Autor: Hannah Rothschild
Edição: 2015/ novembro
Páginas: 528
ISBN: 9789892333601
Editora: ASA

Sinopse:
Um quadro velho e sujo é comprado numa obscura loja de velharias por Annie McDee. Chef talentosa mas falida, apaixonada mas com o coração partido, Annie cedeu a um impulso e gastou nele as últimas 75 libras que tinha no bolso. E enquanto se debate com a solidão e a falta de perspetivas, está longe de imaginar as repercussões da sua humilde extravagância.
É que, singelamente pendurada entre os tachos e as panelas da sua cozinha, está agora uma obra-prima. A Improbabilidade do Amor é o quadro perdido de um célebre pintor do século XVIII. Na tentativa de desvendar a verdadeira identidade da obra, Annie vai deparar com um dos segredos mais bem guardados da História da Europa.
E ser inadvertidamente arrastada para o frenético mundo da arte e perseguida por potenciais compradores. De uma princesa árabe a um oligarca russo, passando por um conde falido e uma socialite americana, não falta quem esteja disposto a tudo para acrescentar mais uma peça à sua coleção.
Mas A Improbabilidade do Amor não é apenas uma obra de arte.
A sua alma é-nos gradualmente revelada. Na sua voz sedutora, sofisticada e muito cínica, o quadro comenta a atribulada vida amorosa de Annie, narra a sua própria história e ajusta contas com os seus (muitos) donos anteriores, entre eles, Luís XV, Voltaire e Catarina, a Grande…

A minha opinião:
Um volumoso romance com letra miudinha (e para o conseguir ler bem, visitei uma livraria para comprar uns óculos mas... acabei com mais um livro e sem óculos). A capa remete para o inicio da história quando Annie entra numa loja de velharias e compra impulsivamente um pequeno quadro que coloca no cesto da sua bicicleta ao regressar a casa. 

O titulo deve-se a esse quadro - A Improbabilidade do Amor, pintado em 1702 pelo mestre Antoine Watteau que representa a agonia e o êxtase do amor. (Fui pesquisar sobre a vida e obra deste pintor que desconhecia).

O quadro, também ele personagem deste romance é altivo mas afetuoso e viaja ao passado das suas memorias enquanto analisa a situação atual. Percebo a intenção da autora mas não me convenceu, apesar das referencias históricas me parecerem corretas. Annie e Evie são as personagens com mais peripécias em torno do quadro mas faltou um rasgo de inspiração para tornar estas personagens marcantes. 

Uma trama bem desenvolvida mas um tanto dispersa. Muitas personagens, talvez demasiadas. O foco é a arte e o seu papel ao longo dos tempos. A cobiça e o poder que sempre lhe estiveram associados. Os meandros de negócios de muitos milhões. E os saques durante a Guerra. A beleza no meio de tanta fealdade.
E também... a culinária que é uma forma de arte quando feita com dedicação, inspiração e amor.

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