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sábado, 4 de junho de 2016

As Viúvas de Dom Rufia

Autor: Carlos Campaniço
Edição: 2016/ maio
Páginas: 280
ISBN:9789897414916
Editora: Casa das Letras

Sinopse:
Conhecido por Dom Rufia desde moço, Firmino António Pote, criado sem recursos numa vila alentejana, promete a si mesmo tornar-se rico. Negando-se à dureza do trabalho do campo, divide durante anos a sua sobrevivência entre o ócio e alguns negócios frugais. Mas, já nos trinta, munido de assombrosa imaginação, bonito como poucos e gozando de uma enorme capacidade de persuasão, sobretudo entre as mulheres, lobriga várias maneiras de alcançar o seu objectivo, fingindo continuamente ser quem não é. Para isso, porém, é obrigado a viver em vários lugares ao mesmo tempo, dando a Juan de los Fenómenos, um velho chileno em busca de proezas sobre-humanas, a ilusão da ubiquidade.

Quando o corpo sem vida de Dom Rufia é encontrado no meio do campo, a recém-empossada Guarda Republicana não imagina as surpresas que o funeral reserva. O aparecimento de uma estranha carta assinada pelo tio do morto é só o princípio da desconfiança de que ali há mão criminosa.

A minha opinião:
Este romance de época visa perpetuar a incrível história de Dom Rufia, que na morte se revelou, nomeadamente na biografia de um velório em terras do Baixo Alentejo em tempos que já lá vão.

Dom Rufia era um encantador aldrabão, de bigode fininho, tez de sírio, olhos verdes e sorriso bonito que de mentira em mentira conquistava e seduzia. Tinha o dom, a magia que fazia falta na vida das pessoas, o que estava ligado à sua maneira de ser, e assim se tornou uma personagem inesquecível para uma leitura muito prazeiroza. As mulheres eram a fraqueza de Dom Rufia que não lhes resistia e o meio para contrariar o destino e fugir de uma vida de miséria e escravidão a trabalhar terras sem fim no Alentejo. Neste ambiente rural se espalhou e muitas de diferentes idades e proveniências encantou, que mais tarde, se apresentaram como surpresas viúvas.

Juan de los Fenómenos, velho chileno, culto e inteligente, espantava ver este homem em diferentes cenários e com diferentes papeis. 

O narrador em interlúdio com o leitor explica a natureza deste parente afastado conhecido como Dom Rufia, e conta as suas aventuras, bem como justifica as suas ações numa linguagem pouco usual ou brejeira, que nos desvirtua mas predispõe bem. Entretanto, tece algumas considerações bem humoradas sobre a nova Republica e o poder do dinheiro. 

Este romance é um imenso prazer de ler! De chorar a rir com certas peripécias!  

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