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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Olive Kitteridge

A minha opinião:
Muito elogiado por quem já o leu em uma outra edição, foi com alguma expectativa que me agarrei a este livro.
Este é um romance sério, sem humor óbvio ou lamechices. Um romance sobre as pessoas que se limitavam a viver numa pequena povoação costeira do Maine. Pessoas simples e maduras que seguiam rotinas, criaram os filhos e interagiam superficialmente com os outros que conheciam há anos. Não houve um acontecimento extraordinário para que isso tivesse mudado. Apenas a vida.
 
OK são as iniciais do nome da protagonista que não era uma pessoa educada ou afável, ao contrário do seu marido que era caloroso e simpático. A meio do livro começamos a captar o papel que vai desempenhar na trama, enquanto até aí se manteve quase despercebida. E o jeito abrupto de OK esconde profundos sentimentos que se valoriza e admira como a escrita límpida e objetiva de Elizabeth Strout. Pessoas quebradas mas resilientes que carregam fardos como o arrependimento e a solidão num livro poderoso sobre a humanidade que se esconde debaixo da pele.
 

Autor: Elizabeth Strout
Páginas: 352
Editora: Alfaguara
ISBN: 9789896657369
Edição: 2020/ Julho

Sinopse:
Em Crosby, uma pacata povoação costeira no Maine, todos conhecem Olive Kitteridge, a temível professora de Matemática do liceu, agora reformada, e Henry, o seu marido, farmacêutico gentil.

E talvez não haja ninguém que conheça tão bem quanto Olive os segredos e os dramas dos habitantes da vila: o desespero de um exaluno que perdeu a vontade de viver; uma pianista alcoólica vítima de uma mãe castradora; uma mãe destroçada pelo crime hediondo do filho; um homem que descobre a ferocidade e as consequências do amor; e a solidão da própria família de Olive, à mercê dos seus caprichos.
Lamentando os ventos de mudança que varrem a sua vila e o mundo, sempre pronta a apontar um dedo crítico, Olive nem sempre dedica aos que a rodeiam a sensibilidade ou tolerância que mereceriam. Mas à medida que todas estas vidas se vão entrelaçando, Olive começa a conhecer-se melhor e a compaixão - pelos outros e por si própria - ganha terreno ao preconceito.

Nas mãos de Elizabeth Strout - autora elogiada pelo olhar clínico sobre a condição humana - a sonolenta vila esquecida na margem do Atlântico torna-se o mundo inteiro, e os seus habitantes somos todos nós, enredados no drama e no milagre diários da vida, com os seus conflitos, tragédias, alegrias - e a coragem que viver sempre exige.

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