A minha opinião:
Linda capa. Em sintonia com a história que a Isabel quis revelar.
Mais uma vez, é preciso empatia para uma história vingar no leitor. E a pequena aldeia no Alentejo com todos os usos e costumes tão peculiares num meio pequeno em que todos sabem e todos falam e no caso de Eulália todos calam, é fácilmente reconhecida e estimula a curiosidade. Uma protagonista com quem me identifico desde a primeira página é um bónus e o prazer de ler está garantido.
Comprei este livro porque a capa, o título e a sinopse (que não li na integra) me agradou e sequer notei que era um romance de estreia de uma escritora portuguesa, o que é uma maravilhosa surpresa.
A escrita é leve e ágil, a linguagem irreverente e cuidada numa estória convincente, até quando dá voz a Lurdes, a mãe de Isabel, num regresso ao passado, que muito me emocionou. E o vilão de toda a trama bem que me revoltou.
Como a autora referiu e muito bem, como aconteca na ficção, este livro é um jogo de espelhos onde muitos poderão rever partes da sua história. E no meu caso, as partes a que sempre tive aversão e que foram magistralmente desenvolvidas e exaltadas nesta narrativa.
A partir de agora Lénia é um dos meus autores imperdíveis.
Autor: Lénia Rufino
Páginas: 224
Editora: Manuscrito Editora
ISBN: 9789898975805
Edição: 2021/ março
Sinopse:
Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.
Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.
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