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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Esmeralda Cor-de-Rosa

Autor: Carlos Reys
Edição: 2011
Páginas: 182
ISBN: 9789896366018
Editora: Papiro
 
Sinopse:
Quem tem ideais na vida terá, certamente, um ou mais mentores que como faróis, lhe indicarão rumos certos de rota e escolhos a evitar. Raramente o mentor será um modelo de conduta tão abrangente que se ajuste a todas as facetas da vida. Assim podemos ter mentores no campo da vida familiar, da vocação profissional, da vida artística, da vida amorosa e até na vida religiosa.

O autor, Carlos Reys, adaptou um mentor ficcional, Guilherme Esteves, que o terá inspirado para a vida e que ele escolheu como personagem condutor de uma saga de pessoas que preenchem o tempo que vai do após a Primeira Guerra Mundial até aos nossos dias e cujas existências vão colorir uma cidade portuguesa, banhada por um rio que é fonte de sustento e de evasão de um Portugal oprimido até à libertação do 25 de Abril de 1974.Não sendo um livro histórico o retrato das personagens que o habitam é pelas suas características uma referência da sociedade média de Portugal do século XX.

A minha opinião:
Retrato fiel, vivo e colorido, como se de uma pintura se tratasse, de um tempo recente que a memória colectiva ainda perserva. Crónica social de usos e costumes.

Inspirado em grandes escritores como Rudyard Kipling (e não só) com a tradução de Félix Bermudes que transcreve:
"Se podes conservar o teu bom senso e a calma/ No mundo a delirar para quem o louco és tu.../ Se podes crer em ti com toda a força de alma/ Quando ninguém te crê ... se vais faminto e nú,/ Trilhando sem revolta um rumo solitário .../ Se à torva intolerância, à negra incompreensão,/ Tu podes responder subindo o teu calvário/ Com lágrimas de amor e bençãos de perdão (...) ;
o autor que foi certamente, sempre, um atento observador e critíco do ambiente que o envolvia, dedica-se a colorir uma pequena comunidade - Flor do Nogueira e os seus habitantes ao longo de um período histórico deste pequeno país.

Apesar do título do livro, a personagem que mais se destaca é a de Guilherme Esteves, elo condutor de toda a narrativa e uma personagem peculiar e admirável, que seria certamente um homem à frente do seu tempo, marcado pelo sua forte individualidade e livre arbítrio, apesar da repressão.

Este livro toca-nos porque retrata com uma linguagem cuidada e acessível, o que reconhecemos como sendo muito nosso. Creio que este romance tem um público-alvo seniór, ou pelo menos mais vivido, em que as memórias tem o seu papel no prazer de ler.

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