Edição: 2011, Outubro
Páginas: 280
ISBN: 9789722046411
Editora: Dom Quixote
Sinopse:
Histórias e ensaios sobre o amor. Um livro que nos faz descobrir que «a segunda prioridade de toda a vida é conquistar um grande amor. A primeira, nunca o perder.» «Todo o amor é tímido. E excêntrico, talvez. Não se previne nem se explica. Por tudo isso, não sei se deva escrever sobre o amor. (...) Este livro apanhou-me desprevenido. E talvez só isso tenha feito, tomado por hesitações, aventurar-me nele. Porque é assim - suponho eu - que, em todos nós, se vive qualquer amor: de forma singular e com a descontracção que só se tem diante dos gestos com qualquer coisa de banal.
Por isso mesmo, não há como escrever sobre o amor. Será mais ele que nos escreve a nós.»
A minha opinião:
Estou sem palavras perante a eloquência do autor, que não sendo anónimo (algumas vezes já nos entrou pela casa dentro - não tanto a minha, porque foram raras as vezes que coincidimos horários), apela a uma lucidez (quem é que consegue ser lúcido a escrever sobre paixão e amor entre outros assuntos) e humor para me deixar a sorrir ou a "matutar . Sentir o autor como um amigo próximo é algo de muito estranho que não me recordo de ter sentido antes, enquanto lia não sei se um diário, um livro de ficção ou um ensaio. Em suma, um livro sobre os pára-raios.
Não sei se será pretensioso escrever um comentário sobre um livro de alguém que tão bem transmite ideias, emoções e sentimentos para o papel. Sábio e simples. "Todos nós nos desencontramos para o amor. (Menos os psicanalistas...)".
Vejo-me na iminência de ter que reler todo o livro para melhor compreender, absorver e consolidar do muito que este livro me deu. Não pela novidade mas pela maturidade.
Vejo-me na iminência de ter que reler todo o livro para melhor compreender, absorver e consolidar do muito que este livro me deu. Não pela novidade mas pela maturidade.
Para melhor o compreenderem vou tentar acrescentrar alguns extractos que vou reler.
"Muitas vezes - mesmo, muitas vezes - eu acho que as pessoas confundem ânsia com angústia. Ânsia é uma espécie de "tenho pressa de viver"; angústia tem uma aragem de um qualquer "tarde de mais". Gosto das pessoas que transbordam ânsia, reconheço. Amam a vida, sobre todas as coisas"
(Eu também!) pag. 12
"Acho eu, agora, que ou temos memória ou temos saudade. A memória é um estado de espírito amigo do futuro. A saudade um "oh tempo, volta para trás", vizinho dos remorsos, sem a aragem, guerreira, com que só a memória nos consegue aconchegar. Na verdade, talvez não haja memória sem esperança.E vice-versa. Ou melhor: memória é esperança. E nada mais.
Viver é, realmente uma questão de tempo. Mas só o namoro o torna eterno."
pags. 29 e 30
"O silêncio é o melhor amigo da angústia. ... São sentimentos que foram atropelados pela falta de palavras e ficaram na tal despensa dos pensamentos por pensar. Mas como dos ressentimentos há um único degrau a separá-los, amealhamos pequenas iras que jogamos, a pretexto dum motivo ridículo...anos depois. E, quando é assim, divorciamo-nos, em suaves prestações. Nunca nos divorciamos sózinhos, como vê. Mas divorciamo-nos por falta de namoro e de colo. E - sempre! por mútuo consentimento.
pags. 34 e 35
"... o pó dos dias, descuidos e desamparos..." (adorei!!!)
pag. 35
"Uma paixão torna-nos mais inteligentes e mais patetas. Mais inteligentes, porque sempre que pensamos de dentro para fora par fora de nós (e a dois, ao mesmo tempo) pensamos melhor. Depois... com o que o amor nos habilita, torna-nos mais claros, mais audazes e muito mais clarividentes. Finalmente, porque o amor nos serena por dentro. Mas torna-nos, também mais patetas: porque ficamos mais transparentes quando amamos. E todos os nossos pequenos disfarces se desmoronam, dando lugar a um lado mais espontâneo e mais autêntico de nós, mais aberto ao brincar e aos gestos de ternura, por mais que eles pareçam mais ou menos desajeitados e impulsivos, até."
pag. 151
"O silêncio é o melhor amigo da angústia. ... São sentimentos que foram atropelados pela falta de palavras e ficaram na tal despensa dos pensamentos por pensar. Mas como dos ressentimentos há um único degrau a separá-los, amealhamos pequenas iras que jogamos, a pretexto dum motivo ridículo...anos depois. E, quando é assim, divorciamo-nos, em suaves prestações. Nunca nos divorciamos sózinhos, como vê. Mas divorciamo-nos por falta de namoro e de colo. E - sempre! por mútuo consentimento.
pags. 34 e 35
"... o pó dos dias, descuidos e desamparos..." (adorei!!!)
pag. 35
"Uma paixão torna-nos mais inteligentes e mais patetas. Mais inteligentes, porque sempre que pensamos de dentro para fora par fora de nós (e a dois, ao mesmo tempo) pensamos melhor. Depois... com o que o amor nos habilita, torna-nos mais claros, mais audazes e muito mais clarividentes. Finalmente, porque o amor nos serena por dentro. Mas torna-nos, também mais patetas: porque ficamos mais transparentes quando amamos. E todos os nossos pequenos disfarces se desmoronam, dando lugar a um lado mais espontâneo e mais autêntico de nós, mais aberto ao brincar e aos gestos de ternura, por mais que eles pareçam mais ou menos desajeitados e impulsivos, até."
pag. 151
Subscrevo o comentario da Vera,porque eu não tenho palavras, encontro-me a reler o livro novamente muito devarinho, pois até tenho receio de o acabar, fascinante, envolvente, apaixonante, comovente etc, o Dro Eduardo sá conseguiu de uma forma fantastica, que só ele consegue faze-lo, pois tenho todos os livros e, não consigo separar-me deles, porque me acalma, todas as palavras escritas, porque transmite uma sabedoria sem inigualável.
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