Há algum tempo que não lia um romance policial tão fixe.
Terra Alta, fica na Catalunha. Não sabia. Sucintamente, o autor contextualiza onde se passa a ação numa escrita apurada e elegante, enquanto se trata da investigação de um triplo homicídio.
A história pessoal de Melchor prendeu-me obsessivamente até terminar de ler este livro. O romance "Os Miseráveis" mudou-lhe a vida.
"... metade de um romance o põe quem o escreve e a outra metade, quem o lê."
Melchor é um grande leitor. E uma grande personagem, mas não a única. O Francês é uma personagem secundária que, pouco interveio, mas que me fascinou. O encontro com o romancista é das passagens que mais gozo me deram ler, numa história que não se limita ao crime. A desolação daquela terra, a pobreza do povo e o efeito da guerra não estão dissociados.
O crime é um enigma desafiante que Melchor não deixa encerrar e como tal, o final não podia deixar de ser empolgante e algo surpreendente. As questões que se impõem como a legitimidade da vingança e o valor da lei e da justiça perante duas verdades antagónicas foi bem resolvido. Muito, muito, muito bom.
Gostaria muito de continuar a segui-lo, mas não me parece muito provável.
Autor: Javier Cercas
Páginas: 296
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03348-2
Edição: 2020/ outubro
Sinopse:
Com uma narrativa intensa e repleta de personagens memoráveis, este romance é uma reflexão lúcida sobre o valor da lei, a possibilidade de se fazer justiça e a legitimidade da vingança. Mas, mais do que tudo, é a epopeia de um homem em busca do seu lugar no mundo.
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