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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A Imperatriz da Lua Brilhante

Autor: Weina Dai Randel
Edição: 2017/ fevereiro
Páginas: 408
ISBN: 978-972-23-5962-7
Editora: Editoral Presença

Sinopse:
Para uma mulher chegar ao poder, não existem caminhos fáceis.
No palácio da China imperial, uma concubina aprende rapidamente as várias técnicas para conquistar o coração do imperador, o Único acima de Todos. Mei é convocada aos 13 anos para a corte do palácio na China imperial, uma honra que resgatará a sua família, outrora nobre e influente, da miséria. Porém, ela rapidamente descobre que para se aproximar do imperador e conquistar o seu coração terá de ultrapassar obstáculos perigosos. Como desconhece a arte da sedução, no dia do aniversário do imperador, Mei oferece-lhe um presente singular: uma adivinha.

Porém, quando lhe parecia que estava em posição de seduzir o homem mais poderoso da China, Mei apaixona-se por Faisão, o filho mais novo do imperador. Contudo, uma tentativa de assassinato ao imperador provoca uma luta terrível pelo poder na corte imperial. E Mei terá de se servir das suas excelentes capacidades de inteligência, sabedoria e engenho para escapar e salvar o amor da sua vida.

A minha opinião:
A capa de cores fortes com um rosto parcial de mulher não me teria atraido se não fosse uma boa amiga me dizer que o tinha que ler. Percebi que era uma boa opção quando li a sinopse. Um romance baseado na história da Imperatriz Wu Mei, a primeira mulher a governar a China no seculo VII. Aliás, a unica mulher, o que é fascinante descobrir devido a um romance. Factos, usos e costumes que a autora apurou, e que provavelmente eu não procuraria saber sem a inspiração da autora que o tornou ficção.

A infância de Mei rica e priveligiada é marcada por uma profecia aos cinco anos e é alterada com a morte do pai que esperava que a filha honrasse a familia ao servir o imperador, o que acaba por acontecer quando ela tem treze anos. Depois, acompanhamos a sua vida até chegar à maioridade fechada na corte imperial, assistindo a lutas pelo poder e resistindo a intrigas, traições, violência e morte. A malicia e perfidia feminina em destaque porque todas as mulheres, concubinas do imperador, as 118 eram classificadas por graus de importância e lutavam por ascender e obter beneficios para si e para as suas familias. Mei decorara a "A Arte da Guerra" de Sun Tzu e tinha mais instrução que a maioria dessas mulheres. O amor complicou esta difícil situação, principalmente porque havia uma rival.

Narrativa intimista que chega a a ser assustadora mas também emocionante. Um surpreendente romance histórico. Gostei muito.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O Homem Ausente

Autor: Hans Rosenfeldt, Michael Hjorth
Serie: Sebastian Bergman (Vol. 3)
Edição: 2017/ janeiro
Páginas: 522
ISBN: 9789896651756
Editora: Suma de Letras

Sinopse: 
Na ladeira das montanhas de Jämtland, na Suécia, seis corpos são encontrados. Mais precisamente, seis esqueletos. dois deles de crianças. Os corpors foram enterrados há muito tempo. E para Sebastian Bergman, que viaja para o local do crime com o resto da equipa do Departamento de Investigação Criminal, estes factos só tornam ainda mais complexa a investigação sobre quem são, quem os matou e porquê. No início, Sebastian vê o caso como uma oportunidade de escapar da ex-namorada e passar algum tempo com a filha, Vanja. Uma oportunidade para tentar construir uma relação com ela antes que seja tarde demais. Mas rapidamente descobre que está mais envolvido no caso do que gostaria de estar.

A minha opinião:    
Em resposta à pergunta que coloquei a mim mesma, sobre o que me leva a seguir esta saga, conclui que...

Gosto de reencontrar Sebastian Bergman, bem como a Brigada de Homicidios sueca, conhecida como Riskmord. Gosto de seguir a linha de racíocionio de cada um das personagens condicionadas pelas suas fragilidades, em que paralelamente ao decorrer da investigação corre a vida dos investigadores. Gosto da estrutura narrativa em que cada capítulo dá protagnismo a uma das várias personagens e me deixa em suspense. E quando termina, fica sempre a faltar o próximo para continuar a acompanhar aquelas personagens complexas e bem desenvolvidas, particularmente Sebastian Bergman num novo papel de pai não assumido, que procura um modo de se tornar relevante na vida da filha.

Neste, Sebastian não me pareceu ter tanto protagonismo como nos anteriores. A sua personalidade, o seu passado  e a sua participação como psicólogo criminal ficaram em segundo plano, para sobressair um crime com seis vitimas nove anos antes e o desaparecimento de dois afegãos no mesmo período, que parece relacionado sem se perceber como. As suas ligações com o sexo feminino que manipula e seduz não agradam mas a sua necessidade de afeto quase que o desculpabilizam até desprezar Ellinor Bergkvist.

Em suma, continua a ser uma saga a seguir (mal posso esperar pelo próximo com o desfecho em que ficou), numa leitura assaz interessante e atual. As intrigas internacionais e a xenofobia com os muçulmanos que integram as sociedades ocidentais desde o 11 de setembro foi a mensagem subliminar neste livro que importa repensar. 

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O Último Paraíso

Autor: Antonio Garrido
Edição: 2016/ novembro
Páginas: 480
ISBN: 978-972-0-04840-0
Editora: Porto Editora

Sinopse:
Em 1929, o jovem e experiente Jack Beilis tinha o seu próprio carro, usava fatos feitos à medida e frequentava os melhores clubes de Detroit. Mas a crise brutal que nesse ano atingiu a América atirou-o, como a milhares de compatriotas, para os braços da fome e do desespero. Forçado a sair do país após cometer um crime, foge para a União Soviética, o império idílico onde a todos era igualmente garantido o direito à felicidade, sem suspeitar dos insólitos incidentes que o destino ainda lhe reserva. Inspirado em acontecimentos reais, este thriller combina magistralmente factos históricos, suspense e romance, resultando numa extraordinária reinvenção do mito do sonho americano.

A minha opinião:
Há livros que são suscetiveis de nos passarem despercebidos, o que é uma pena considerando o imensurável prazer que nos podem proporcionar com uma história bem contada, personagens fascinantes e uma certa perspetiva num determinado enquadramento histórico. Todos os leitores teêm as suas preferências e Garrido insere-se nas minhas desde que li "O Leitor de Cadáveres".

Como o título sugere, neste livro temos uma história de esperança de desesperados que na década de 1930 emigraram para a Rússia com a promessa de um futuro melhor. Desconhecia este facto histórico tão doloroso, em que milhares de emigrantes, diferenciando-se três tipos - técnicos e operários especializados, idealistas e os desempregados partiram em resposta ao apelo de prosperidade. Muitos foram vitimas da Grande Purga Estalinista.

Registo com apreço o intenso trabalho de investigação que o autor teve que fazer para chegar a uma história inspirada em factos e pessoas reais numa intriga bem elaborada e verossimil, procurando transmitir sentimentos como medo, ambição e ira. Um romance de emoções em que os herois podem ser pessoas capazes de grandes sacrificios para encontrar o rumo das suas vidas. Um romance notável. 

Fiquei "apaixonada" por Jack Beilis, mas todos os outros protagonistas dão brilho a esta narrativa. Descobri que entre as páginas deste livro perdia a noção do tempo e do espaço e são raros os livros que o conseguem. 

Desnecessário acrescentar, mas ainda assim vou fazê-lo, que adorei e recomendo muitissimo este romance.