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sábado, 29 de dezembro de 2012

O funeral da nossa mãe

                                             

Autor: Célia Correia Loureiro
Edição: 2012, Outubro
Páginas: 437
ISBN: 9789898455482
Editora: Alfarroba
Sinopse:
Quando, aos 58 anos, Carolina Alves decide pôr termo à vida, deixa um pedido concreto às suas três filhas: que se reúnam na festa em honra da padroeira da vila e que recuperem os laços de sangue que as consagram irmãs. Luísa emigrou para Paris, decepcionada com a frieza da mãe; Cecília é pianista e vive num alheamento artístico constante e Inês refugiou-se na política para fugir à negligência da família.
Com a ajuda da tia Elisa, vão regressar aos campos de alfazema da infância e desvendar ao longo de quatro dias o passado inesperado de Carolina. Os seus erros, as suas fraquezas e, numa reviravolta inesperada, o acto vil que lhe permitiu prender a si há trinta e oito anos aquele que viria a ser o pai das suas filhas...
 
A minha opinião:
Um romance de emoções e afetos.
 
Já há algum tempo que descobri a alma lusa em inspirados e bem escritos romances de autores portugueses, contrariando assim o meu ceticismo e desconfiança sobre a capacidade e competência dos mesmos de me agradarem  com um romance que fica na memória. Claro que não me refiro aos conceituados e indiscútiveis autores da nossa literatura, mas a novos autores quase anónimos. Parabéns, este é mais um belissimo exemplo. Claro que sinto admiração e congratulo quem o consegue fazer tão bem.

Uma hisória de picos quando são revelados segredos do passado das personagens. Na sinopse, percepcionamos que se tratam dos segredos de Carolina desvendados com a sua morte e que deram origem à dificil relação afectiva dos pais, mas é muito mais do que isso. A  justificada aproximação das três irmãs e a convivência forçada por tão triste evento vai permitir exorcisar todos os fantasmas e avaliar tudo o que sabiam do passado conjunto e dos seus reais sentimentos. Uma catarse.
 
Analitica e muito descritiva dos ambientes, ideologias e caraterização das personagens é o que considero o ponto fraco desta leitura porque marca o ritmo como pausado (e não compulsivo como aprecio), até que uma nova revelação fosse apresentada ao leitor. Ainda assim, devido a uma boa conjugação de acção e  emoção, gostei muito deste romance. A empatia e proximidade com as personagens que "não são a história de ninguém mas serão certamente a história de alguém" tornam-na cativante e envolvente porque todos temos segredos e histórias a contar.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O último dia de um amor Eterno

Autor: Francisco Goldman
Edição: 2012, Novembro
Páginas: 360
ISBN: 9789898461339
Editora: Matéria-Prima
 
Sinopse:
Francisco Goldman era um homem sem sorte no amor e avesso a compromissos: a escrita bastava-lhe para viver. Até conhecer Aura Estrada, uma belíssima mulher e brilhante estudante de literatura.
A paixão de Aura pela vida e pela literatura preencheram o vazio existente na vida de Francisco. Casaram no Verão de 2005, no México.
O arrebatamento com que ambos encaravam a vida e o gosto pelo inesperado faziam prever uma longa vida juntos. Mas, em 2007, a dois meses de completarem dois anos de casados, Aura morre de forma trágica.

Sentindo-se responsável pela morte da mulher e profundamente ferido pela sua perda, Francisco entra numa espiral autodestrutiva. Porém, depois de ter chegado a equacionar pôr fim à sua própria vida, percebeu que o mais importante seria honrar e perpetuar a memória de Aura.
O último dia de um amor eterno é a homenagem prestada à mulher amada, à brilhante estudante e escritora, a uma vida cheia de amor e partilha.
Entre a ficção e a realidade, Goldman recupera tudo o que o uniu a Aura, revisitando-a, descobrindo-a, mesmo depois da sua morte, num relato por vezes duro, por vezes triste, mas também divertido.
O último dia de um amor eterno é, acima de tudo, um tributo e uma expiação da dor que surge quando se perde a amor de uma vida.
 
A minha opinião:
Muito dificil de ler e não vale a pena dissimular que talvez o obstáculo ou a falha seja minha porque não consigo avaliar ou julgar tão significativa perda.
De qualquer modo, apesar de a sinopse ser suficientemente objetiva para se perceber do que se tratava, há variadissimas formas de vivenciar um luto e uma tão grande perda. Este é um relato sentido e sofrido, em que a diversão é quase ausente (e não conforme a sinopse referenciava).
 
Uma escrita coerente, baseada em reminiscências e memórias, assim como nos diários que Aura deixou (ou não fosse ela uma mulher de letras), permitiram ao autor compor um quadro, mais ou menos próximo, de uma mulher dinâmica e entusiástica que muito admirou e amou, bem como reviver um curto período feliz da sua vida, abruptamente interrompido, quando numa praia do México, Aura foi enrolada numa onda e fragmentou a coluna. Todas estas emoções condensadas nesta narrativa "mexem" com o leitor e tornam a leitura um tanto exigente e perturbadora.

Relevante nesta narrativa é a relação de Aura com a mãe. Superprotetora e interventiva, a mãe, desempenhava um forte papel na vida da filha, do mesmo modo que Aura se sentia responsável pela mãe. Acentuadas diferenças culturais nesta relação maternal, se fizermos um paralelo com as relações que reconhecemos.

Importante testemunho de um grande amor que, deste modo, o autor exalta.
 
"Um acidente tão bizarro que aconteceu apenas a uma pessoa, Aura, e a mais nenhum dos incontáveis nadadores que fazem bodysurf em Mazunte há anos, dia após dia. Aura foi muito desafortunada. Morreu porque eu estava a ser eu mesmo, um adolescente eterno... Morreu porque, a irromper de amor, decidi juntar-me a ela dentro de água. Mas tudo isto também é uma fuga à VERDADE, contra a qual a minha narrativa diligentemente construída desaba como uma onda enorme de nada."
(pag.338)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Boas Festas




A todos os que seguem ou visitam este blogue desejo um Feliz Natal e um 2013 melhor do que este ano que em breve termina. Que seja repleto de calor humano, cor e alegria.
Depois de um ano cinzento, marcado por notícias que nos inquietam e sobressaltam, mudemos para melhor.  Vamos colorir o panorama.
 
Muitas e boas leituras no sapatinho. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Meu Encontro com a Vida


Autor: Cecelia Ahern
Edição: 2012, Julho
Páginas: 320
ISBN:9789722348492
Editora: Presença

Sinopse:
Nos últimos anos, a vida de Lucy Silchester não tem corrido como ela idealizara. No entanto, isso não parece incomodá-la, uma vez que para cada coisa desagradável que lhe acontece, há sempre uma maneira de a contornar contando uma mentira. Um dia, quando chega a casa, Lucy encontra um envelope com um convite para se encontrar com a vida, que aparentemente ela anda a negligenciar. A partir desse momento, as suas mentiras irão ser desmascaradas – a menos que Lucy aprenda a dizer a verdade sobre o que é realmente importante para si.Comovente, divertido e enternecedor, O Meu Encontro Com a Vida conta o que acontece quando desistimos da vida, mas ela se recusa a desistir de nós.

A minha opinião:
Adoentada e "hibernada", que mais poderia eu ler do que "O Meu Encontro com a Vida". Uma leitura mágica e fantasiosa que nos reporta para assuntos sérios com ligeireza e galhardice, ou não fosse um livro de Cecelia Ahern (autora de P.S. Eu Amo-te). Comparo-a a Marc Lévy no seu estilo singular e único, marcado por réplicas sagazes, respostas espirituosas, opiniões inteligentes, e assim levar-nos a reflexões profundas, balanços até, através de estórias inusitadas que se reflectem no leitor. Neste, Lucy confronta-se com uma outra personagen que não é mais do que a personificação da sua Vida.
"(...) coisas muito comuns na sociedade moderna. Estamos doentes, vamos ao médico, tomamos antibióticos. Estamos deprimidos, falamos com um psiquiatra, ele talvez nos dê antidepressivos. Temos cabelos brancos, vamos pintá-los. Mas, com a nossa vida, tomamos decisões erradas, às vezes sentimo-nos tristes, ou assim, mas temos de seguir me frente, não é? Ninguém consegue ver o nosso intimo, e se não se consegue ver - se uma radiografia ou uma câmara não o consegue fotografar -, nos dias que correm é porque não existe."
(pag. 112)
 
Como a sinopse revela, Lucy era uma mulher inteligente, espirituosa, encantadora, culta e viajada, mas como consequência do fim de uma relação afetiva com um egocêntrico convicto e empedernido, começou uma espiral de mentiras, que assentavam todas umas nas outras e tornou a sua vida uma grande mentira, assim como esvaziou de sentido a sua relação com os outros que nada de si, concretamente, sabiam.
Vida, ou Cosmo Brown, é a personagem que vem confrontar Lucy com a verdade e aproximar-se de todos os que realmente importam e se importam com a sua vida. Personagens fascinantes, todas bem definidas no enredo e bem caraterizadas.
 
"Como passei a carregar esse enorme segredo de que ninguém sabia, essa grande bola de mágoa que se transformara em raiva, que muitas vezes se transformou em pena, depois em solidão porque nunca tive as conversas necessárias para me ajudarem a superar como deve ser, sentia-me sózinha na minha secreta realidade. (...)
Caíra de uma enorme altura e ficara presa naquilo a que se poderia chamar um sítio bastante frágil que fácilmente se quebraria fazendo-me cair de novo... "
(pag. 54)
 
Sempre que leio algum romance de Cecelia Ahern fico comovida e divertida, o que parece uma combinação de opostos - uma contradição. Emoção e Humor. Penso que essa combinação é a razão do seu sucesso e o motivo porque desejo ler o que escreve. 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Magia das Estrelas

Subtítulo: A fabulosa vida de Konstantin
Autor:  Tom Bullough
Edição: 2012, Outubro
Páginas: 212
ISBN: 9789898461452
Editora: Matéria-Prima

Sinopse:
Estamos no Inverno de 1867, em Ryazan, uma cidade nas margens do rio Oka, na Rússia Central. Konstantin tem dez anos e os dias cheios de sonhos de voo — até Moscovo, até às estrelas distantes. Um dia, apanha uma constipação nos bosques gelados, perto de casa, e todo o seu mundo se torna silencioso. Surdo depois da escarlatina, as perspectivas de futuro parecem desesperadas. Apenas o seu encantamento pela nova era de mecanização e as suas extraordinárias visões acerca do futuro da humanidade parecem fazer chegar-lhe alguma esperança.
Para fugir à Terra, Konstantin aprende que tem de viajar a uma velocidade dez vezes superior à de uma bala de espingarda, e oitocentas vezes maior do que a de um comboio expresso. Mas como atingir tão incrível velocidade?
Tom Bullough, dá-nos a conhecer o ambiente de um país no final do século XIX.
Das florestas infestadas de lobos, aos bordéis de Moscovo, dos confins da vida na aldeia, ao deslumbramento da Era do Vapor, de uma terrível tragédia à maravilhosa descoberta de um grande amor, A Magia das Estrelas, o brilhante e inspirador romance de Tom Bullough, conta-nos a história extraordinária, e real de Konstantin Tsiolkovsky, o primeiro homem a acreditar que viajar no espaço iria ser uma realidade. A história de um homem, da natureza e do ilimitado poder da imaginação.

A minha opinião:
Raramente me distancio de uma narrativa a ponto de interromper a leitura e não desejar retomá-la. Assim se passou com este livro, por várias razões. Umas subjectivas, outras não. As subjectivas é desnecessário esmiuçar porque serão certamente temporárias e transversais, como o cansaço e o stress normal desta época do ano. As relacionadas com a narrativa é que me tenho esforçado por compreender.
Gosto de romances de época ou históricos, gosto de histórias de vidas reais que algumas menos romanceadas dão interessantes biografias, outras romances fascinantes e envolventes, mas não é este o caso. Falta empatia e envolvimento numa narrativa que considerei árida e gélida como as paisagens descritas ou as pouco expressivas personagens. A pobreza/ miséria também me afetou um pouco. O desenvolvimento da personagem como professor foi o que mais me cativou.

Escrita cuidada e fluída numa linguagem que não domino apesar de simplificada. Fisica e matemática. Ui...
Konstantin é um rapaz diferente. Introspectivo e muito inteligente focou o seu olhar e interesse no que estava longe do seu alcance - no céu. 
As circunstâncias que rodeavam o passarinho (como a mãe o chamava) eram dificeis. Terriveis mesmo, mas ele sobreviveu  à escarlatina que o condenou à surdez "parcial" e para o qual inventou a  corneta acústica e venceu como pai da ciência espacial russa.

Talvez seja um romance para retomar mais tarde e ler pausadamente.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Zonas Íntimas

Autor:  Charlotte Roche
Edição: 2012, Juhho
Páginas: 247
ISBN: 9789892319803
Editora: Lua de Papel

Sinopse:
Logo nas primeiras páginas o leitor é guiado, com arrepiante despudor, para o último reduto da intimidade: o quarto de casal. É ali, debaixo dos lençóis, no decurso de um fellatio, prolongada e minuciosamente descrito, que Elizabeth se apresenta. Ela é uma mulher de 33 anos, mãe de uma filha de sete, a viver o seu segundo casamento. É a personagem principal, mas também o coro grego; expõe-se mas também se observa à distância. E nesse duplo processo, já não é apenas uma mulher casada, mas a mulher contemporânea, onde se desvendam as terríveis cicatrizes da modernidade.
Zonas Íntimas é um romance que nada teme, que despreza rótulos ou tabus. Ergue-se em torno da voz desabrida de uma mulher que não consegue perdoar a mãe (a negação do sexo) e que tenta reconciliar-se com o passado (a traumática perda de três irmãos). Nesse sôfrego monólogo interior, onde cruamente se expõem as marcas da contemporaneidade (a morte de Deus, o ambiente), o sexo surge já não como metáfora, mas como âncora - é no sexo, e pelo sexo, que Elizabeth se tenta (re)construir, perseguir a intimidade e, em última análise, sobreviver.

A minha opinião:
A sinopse e as criticas deixaram-me intrigada em ler um romance que tanto poderia gostar como detestar. Ponderei inclusive não o terminar, mas a curiosidade sobre todos aqueles controversos e perturbados pensamentos e atos descritos por Elizabeth durante um curto período de três dias (de terça a quinta-feira) num formato que poderia ser um diário solicitado pela psicoterapeuta que a acompanhava há 8 anos, levou-me a conclui-lo.

Não sei muito bem o que pensar e sentir sobre este romance intenso, perturbador e até neurótico mas acentuamente de cariz sexual. A personagem principal desnuda corpo e alma numa busca desesperada de algo que não está ao seu alcance e que divide o leitor entre a compaixão e o desdém. A obscessão com a morte ou a perda relacionada com a morte dos seus três irmãos num acidente de automóvel no dia do seu casamento, o divórcio dos pais em criança e as curtas  relações afetivas da mãe com vários homens, condicionaram o seu modo de vida e a sua sexualidade. Aliás, tudo é resumido na intimidade e sexualidade, e narradora e personagem princípal Elizabeth reconhece-se como doente e com demasiado tempo para se ocupar dos seus defeitos.
"(...)seria melhor uma guerra, uma fuga ou uma formação profissional qualquer, pois assim poderia libertar-me um pouco dos meus pais, do meu marido, da minha psique, da minha sexualidade."
(pag. 229)
 
Um tanto chocante ou perturbador, não por pudor, mas porque há  algum paralelo com o sentir real em determinadas circunstâncias.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Tempo dos Amores Perfeitos


Autor:  Tiago Rebelo
Edição: 2012, Julho
Páginas: 620
ISBN: 9789892320168
Editora: ASA

Sinopse:
Em O Tempo dos Amores Perfeitos, Tiago Rebelo conta-nos as aventuras de um oficial português em Angola, nos finais do século XIX, nos conturbados anos que se seguiram ao Ultimatum britânico. Num universo de ficção e veracidade histórica acompanhamos a história de amor do jovem tenente Carlos Augusto de Noronha e Montanha, um antepassado do próprio escritor, que é destacado para algumas das operações mais difíceis no interior de Angola, e Leonor, filha do governador, que Carlos conhece numa das travessias Lisboa - Luanda.
Intensamente apaixonados vêem, no entanto, a sua relação amorosa comprometida por conflitos de interesses que opõem a família de Leonor ao tenente Montanha.

A minha opinião:
Que grande calhamaço!!!
Sei que Tiago Rebelo tem uma escrita fluída e ligeira, quase como que passando ao papel o que poderia contar verbalmente, mas fui surpreendida pela dimensão do livro que ainda assim li prazeirosamente. 
 
A nossa História recente num romance de época. A importância da expansão territorial dos portugueses em África com descrições coloridas e vivas, num tempo de grandiosas expedições e notáveis feitos de coragem, que só podem analisados adequadamente contextualizando os acontecimentos.
  
"Eram tempos heróicos aqueles, arriscava-se a vida por uma pátria que ousara ser do tamanho do mundo e que entregara a nobre missão  de o descobrir a sonhadores de boa índole, homes de grande engenho e determinação que tinham atravessado oceanos sem a certeza de nada, senão de que navegavam para a morte ou para a glória. ... Agora, séculos passados, (...) A coroa perdia o brilho, a anarquia ganhava terreno e o império esboroava-se os poucos. Mas em Àfrica tudo parecia diferente."
(pag.193)
 
Para tal contribuiram as aventuras militares do tenente Carlos Augusto de Noronha e Montanha e o seu romance com Leonor, uma jovem inadequada pelos convenções e expetativas  que fazem esse enquadramento de época com realismo e riqueza de detalhes. O que mais me encantou foi a apaixonante e díficil relação deste casal, que comunicava por carta devido à distância que os separava em Angola e o papel que estava destinado às mulheres da classe social de Leonor nesses tempos.
 
"Leonor não tinha muitas ilusões. Sabia que nascera numa sociedade de homens, feita para os homens, que lhes concedia todos os direitos ao mesmo tempo que coarctava as liberdades femininas por motivos que podiam ser histórica e culturalmente explicáveis, mas que, pelo menos a ela, soavam muito a hipocrisia. As mulheres eram educadas para serem subservientes ..."
(pag.53)

domingo, 2 de dezembro de 2012

Fragmento

"Estamos pior do que nunca, atolados pela crise política e financeira, com a economia devastada pela depressão internacional. O país tem vivido acima das suas posses e não produz nada, não tem uma indústria capaz. Estamos nas maõs das potências europeias, ameaçados pela cobiça inglesa e alemã em África e pelo iberísmo espanhol em casa ... é um desastre."
(pag. 33)
 
(ora bem, onde é que eu já li ou ouvi parte disto... a História repete-se...)