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terça-feira, 5 de junho de 2018

Macbeth

Autor: Jo Nesbø
Edição: 2018/ abril
Páginas: 528
ISBN: 9789722535014
Tradutor: Maria Dulce Guimarães da Costa 
Editora: Bertrand

Sinopse: 

Passado nos anos 70, numa cidade industrial cinzenta e chuvosa, a força policial da zona está concentrada em acabar com um persistente problema de drogas. Duncan, chefe da polícia, é um idealista e visionário, um sonho para a população e um pesadelo para os criminosos. O comércio das drogas é liderado por dois homens, um dos quais, mestre da manipulação chamado Hécate, tem ligações aos poderes mais levados. E pretende usá-las para conseguir escapar ileso.

O seu plano consiste em manipular, de forma consistente e persistente, o inspetor Macbeth, um homem já de si suscetível a tendências paranoides e violentas. O que se segue é uma história irresistível de amor e culpa, de ambição política e inveja, que explora os recantos mais negros da natureza humana, assim como as aspirações da mente criminosa.

A minha opinião: 
Jo Nesbø é um gosto adquirido, ao qual regresso sempre que possível. As personagens que cria são fantásticas e o enredo cinematográfico. Desta feita, recuamos ao ambiente sombrio e intimidante dos anos 70, a uma cidade sórdida na costa oeste que ensombra os espíritos, corrompe corações e encurta vidas.

Como o nome indica - Macbeth é o drama de Shakespeare, recontado por Jo Nesbø, de que eu pouco ou nada sabia. Não foi uma leitura fácil. A violência, a ausência de escrúpulos e a ganância pelo poder levaram-me a interromper algumas vezes a leitura. Afinal, o poder é a droga mais viciante do mundo, despoja de todas as emoções que prendem à moralidade e à humanidade.

"Sob várias alcunhas, mas os químicos são os mesmos. As pessoas pensam que é um antidepressivo porque atua inicialmente como uma anfetamina das primeiras vezes, até que os episíodios se tornam psicóticos. " (pag. 323)

Macbeth sugestionado por Lady elabora um plano para matar o comissário-chefe Duncan e o herói torna-se o vilão. Inversão de valores. A voz feminina comanda porque visualiza o quadro completo e não apenas uma perspectiva. Antecipa comportamentos. Macbeth é um Populista.  E por fim, a fé na capacidade de mudança em que pequenos passos nos vão tornando melhores. Um pouco mais humanitários. Assim caminha o mundo. Intemporal. Pertubador. Atual.

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