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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

A Agenda Vermelha



A minha opinião:
Simples. A agenda vermelha. Passa despercebido. O que é uma pena porque é um livro encantador. Doris escreveu para reunir as suas memórias, criar uma panorâmica geral da sua vida, o que faz deste romance uma espécie de diário. E é bom viajar  no tempo à boleia de uma grande senhora e conhecer a sua vida e o mundo pelos seus olhos. Doris fez o suficiente. 

A velhice e a solidão. Acho que nos esquecemos de reflectir sobre isso até nos tocar próximo e na relação de Doris com a sobrinha-neta, bem como com as cuidadoras e enfermeiras temos noção da importância do carinho e do respeito. Um romance que nos liga à vida. Um romance que nos faz reavaliar o que e quem nos rodeia. 

Continuo a ler romances nórdicos mas de géneros e estilos muito diferentes. Escrevem bem e conseguem ser arrojados e criativos. Este romance de estreia não é um romance cor-de-rosa. Não há finais felizes, ainda assim tem um final surpreendente e apaziguador. Gostei muito. 

Autor: Sofia Lundberg
Páginas: 320
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03228-7
Edição: 2019/ Setembro

Sinopse:
Doris pode ter noventa e seis anos e morar sozinha em Estocolmo, mas tal não significa que não continue ligada ao mundo. Todas as semanas, aguarda ansiosamente o telefonema por Skype com Jenny, a sobrinha-neta americana que é, simultaneamente, a sua única parente. As conversas com a jovem mãe levam-na de volta à sua própria juventude e tornam mais suportável a iminência da morte, que Doris sente a rondá-la. De uma forma muitíssimo lúcida, escolhe, de entre as inúmeras memórias que uma vida longa carrega, as que estão relacionadas com aqueles que conheceu e amou e cujo nome inscreveu numa pequena agenda vermelha.

As histórias desse passado colorido – o amor platónico pelo pintor modernista Gösta Adrian-Nilsson; o trabalho como manequim de alta-costura em Paris, na década de 1930; a fuga clandestina num barco que é bombardeado pelos soldados alemães do III Reich, no auge da Segunda Guerra Mundial – recriam uma existência plena que, embora se aproxime do derradeiro final, não está isenta de surpresas: um lembrete agridoce de que, na vida, os finais felizes não são apenas ficção.

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