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segunda-feira, 21 de março de 2022

Canción

A minha opinião:

Uma cadência, um feitiço, um ponto final para coisas doces e amargas. Eduardo Halfon é um autor guatermalteco imperdível.

A brutal e recente história do seu país deve ser conhecida. "Estima-se que na altura em que o meu avô foi sequestrado, em janeiro de 1967, houvesse já à volta de trezentos guerrilheiros no país. Idade média: 22 anos. Tempo médio na guerrilha antes de morrerem; três anos." (pag. 40)

Canción é a personagem central que dá título ao livro. E o sequestrador do avô do narrador. A pecularidade deste era a sua cara de criança e a sua forma de falar, a sua maneira de se expressar em frases curtas, crípticas, quase poéticas. Tal e qual a escrita deste autor nos seus romances. 

Autor: Eduardo Halfon
Páginas: 120
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722074018
Edição: 2022/ fevereiro 

Sinopse: 
Numa fria manhã de janeiro de 1967, em plena guerra civil da Guatemala, um comerciante judeu libanês é sequestrado num beco sem saída da capital.

Ninguém ignora que a Guatemala é um país surrealista, tinha ele afirmado anos antes. Um narrador chamado Eduardo Halfon terá de se deslocar ao Japão e revisitar a sua infância na Guatemala dos bélicos anos setenta, e comparecer a um misterioso encontro num bar escuro e lúmpen, para finalmente esclarecer os pormenores da vida e o sequestro daquele homem que também se chamava Eduardo Halfon, e que era seu avô.

Neste novo elo do seu fascinante projeto literário, o autor guatemalteco embrenha-se na brutal e complexa história recente do seu país, na qual se torna cada vez mais difícil distinguir vítimas de verdugos. Acrescenta-se assim uma importante peça à sua subtil exploração das origens e mecanismos da identidade com que conseguiu construir um inconfundível universo literário.

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