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sábado, 15 de setembro de 2012

Sapatos Italianos

Autor: Henning Mankell
Edição: 2011, Maio
ginas: 288
ISBN: 9789722348324
Editora: Presença

Sinopse:
Fredrik Welin passou os últimos doze anos da sua vida numa ilha do Báltico rodeada de gelo, tendo como única companhia o seu cão e a sua gata, e como única visita o carteiro. Um dia, vê uma figura aproximar-se lentamente e percebe que nada voltará a ser o mesmo. A pessoa que vem perturbar o seu exílio autoimposto é Harriet, a mulher que ele abandonou sem qualquer explicação há quase quarenta anos. Harriet diz vir obrigá-lo a honrar uma promessa que ele lhe fizera, mas Fredrik está prestes a descobrir que o seu reaparecimento esconde outra surpresa...

A minha opinião:
Um livro nada fácil de ler pelos sentimentos expressos - solidão, culpa, amargura, desencanto, medo. Escrita fluída que reflete o sentir de Fredrik e de todos as personagens com quem se relaciona. A própria paisagem, tão bem descrita é inóspita e bela, e reflete o abandono a que a personagem se votou para fugir dos outros e de si mesmo.
 
Um eremita cínico que se reformou da profissão de cirurgião depois de um erro e se isolou na ilha dos seus avós, tendo por única companhia humana o carteiro hipocondriaco. Essa realidade que durou doze anos é alterada com a chegada de uma mulher do seu passado, gravemente doente e lhe exige que cumpra a mais bela promessa que recebeu na vida. Numa linguagem crua e desencantada vamos tomando contato com outras personagens enigmáticas com comportamentos estranhos ou perturbados que revelam dados do seu passado ou da sua existência que os tornam muito humanos e sofridos ao leitor.

Não é uma leitura leve apesar de não a considerar amarga, mas transmite-nos sensações e emoções variadas e algumas desconfortáveis. Uma narrativa maravilhosa mas sombria.
 
"Não adianta andar à volta do passado. As nossas vidas correram como correram e tudo isso ficou para trás. Dentro em breve estarei morta. Tu viverás mais algum tempo, mas também desaparecerás. E todos os vestígios desvanecer-se-ão.
...
O amor dá uma sentimento de frescura, de paz, talvez até de segurança, que torna a necessidade de enfrentar a morte um pouco menos assustadora do que seria doutro modo."
 
(pag. 233)

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