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sábado, 18 de janeiro de 2014

O Rapaz do Caixote de Madeira

Autor: Leon Leyson, Marilyn J. Harran e Elizabeth B. Leyson
Edição: 2014, janeiro
Páginas: 188
ISBN: 9789722351843
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Leon Leyson tinha apenas dez anos quando os nazis invadiram a Polónia em 1939 e a sua família foi forçada a viver no gueto de Cracóvia. Neste seu livro de memórias, Leon começa por nos descrever uma infância feliz, na sua aldeia natal e felizmente para a família, o seu caminho cruzar-se-ia com o de Oskar Schindler que os incluiu na célebre lista dos trabalhadores da sua fábrica. Na altura com apenas 13 anos, Leon era tão pequeno que tinha de subir para cima de um caixote de madeira para chegar aos comandos das máquinas. Ao longo desta história, que reproduz com autenticidade o ponto de vista de uma criança, Leon Leyson deixa-nos entrever, no meio do horror que todos os dias enfrentavam, a coragem, a astúcia e o amor que foram necessários para poderem sobreviver.

A minha opinião:
Há livros que nos marcam. O tempo passa e ainda assim não desaparecem da nossa memória, ainda que alguns detalhes se desvaneçam, o essencial permanece. Este não é um livro qualquer, apesar do aspecto singelo e das reduzidas dimensões (fácilmente transportável), e poderia ser mais um dos muitos que entretanto já se publicaram sobre a crueldade e desumanidade infringida aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, mas não o é. Um extraordinário relato de que dificilmente nos distanciamos porque não se trata de fição, foi vivido por um jovem muito especial que não deve desparecer, bem como o herói que com a família dele se cruzou -  Oskar Schindler.

A coragem de uma família judia polaca em sobreviver e se manterem unidos. Como Leon afirmou, não tinham escolha, mas Schindler, um nazi influente tinha e poderia ter fugido e tê-los abandonado no termo da guerra e arriscou a vida para fazer a coisa certa. A coisa certa que nem os polacos gentios ousaram fazer quando os judeus tentaram regressar às suas casas e foram renegados.

"Nunca é fácil contar o que vivi, por muitos anos ou muita distância que tenha colocado entre mim e o rapazinho que fui outrora. Cada vez que falo disto, sinto de novo a dor de ver os meus pais sofrerem, o frio e a fome de todas aquelas noites em Plazów, e a perda dos meus dois irmãos." (pag. 159)

Sofrimento inimaginável que por muito díficil que seja de processar, não devemos deixar que se repita. Uma lição a aprender.

1 comentário:

  1. Eu já estava curiosa com este livro, depois deste relato já está na lista de compras futuras ;)
    Boa opinião, gostei muito da sinceridade sentida.

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