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domingo, 7 de setembro de 2014

Um amor perdido

Autor: Anna McPartlin
Edição: 2014/ agosto
Páginas: 354
ISBN: 9789897261428
Editora: Quinta Essência

Sinopse:
A 21 de junho de 2007 Alexandra Kavanagh saiu de casa, falou com a vizinha, meteu-se no comboio, chegou à estação de Dalkey e desapareceu... Tom está destroçado. Não encontra a mulher, o seu mundo desmoronou e o seu único objetivo é localizá-la.
Durante dezassete anos, Jane cuidou do filho Kurt, da excêntrica irmã Elle, e da rabugenta mãe Rose. A única pessoa de que não cuida é dela própria.

Elle é artista e considerada um génio. Como tal, o seu comportamento um tanto errático é tolerado. Embora a sua vida pareça perfeita, a tristeza de Elle é por vezes profunda.
Leslie perdeu toda a família para o cancro. Passou vinte anos à espera de morrer, mas após uma operação radical está determinada a viver de novo.
Quatro meses depois do desaparecimento de Alexandra. Tom entra num elevador com Jane, Elle e Leslie para um concerto de Jack Lukeman. Uma hora mais tarde, os quatro desconhecidos saem de lá com as suas vidas entrelaçadas para sempre. Um Amor Perdido aborda o alcoolismo, a depressão, a negação e a dor e ainda assim irá dar por si a sorrir e até a rir.

Outrora Jane e Alexandra eram inseparáveis - partilhavam aventuras, segredos e grandes sonhos para o futuro. Porém, quando Jane engravidou aos dezoito anos, elas afastaram-se. Dezassete anos depois, Jane descobre que Alexandra desapareceu e decide ajudar o marido de Alexandra, Tom, a encontrar a mulher. Contudo, enquanto procura Alexandra, Jane terá de enfrentar algumas grandes questões sobre si mesma. O que aconteceu à jovem alegre que ela foi? O que acontecerá se deixar de tentar controlar o mundo? E o amor significa realmente dar asas aos outros? Duas pessoas destroçadas encontram-se acidentalmente e descobrem uma na outra força, amizade - e até o início da esperança...

A minha opinião:
Há coisas que não entendo! Esta capa é demasiado colorida, assim como este título demasiado lamechas para o tipo de leitura que proporciona, mais exigente do que aparenta e mais forte do que iludidas irão encontrar. Poderão não o apreciar devidamente e certamente, que afasta leitores mais sérios. 

Não é um romance para se ler de ânimo leve porque a trama e as personagens não são para brincadeiras. A família Moore com Rose, Jane e Elle, são passivo-agressivas na sua relação com os outros e inclusive entre si, e se parecem uma família disfuncional é porque não se aperceberam dos laços que as liga, bem como a Kurt, Dominic e Irene. 

O desaparecimento da melhor amiga de infância de Jane e um claustrofóbico encontro num elevador entre um devastado marido que espalhava cartazes, uma solitária amargurada com um gene ameaçador que dizimara a sua família, e a presença da extravagante e louca artista Elmore, desencadeia uma sucessão de acontecimentos que tanto nos podem levar às lágrimas como ao riso, por compaixão com sentimentos de dor e sofrimento tão compreensíveis e transparentes, como pela coragem em responder prontamente aquilo que socialmente sabemos inadequado, mas sentimos vontade de soltar. 

Uma trama bem urdida, em que gradualmente vamos desvendando todos os segredos e motivações destas personagens que, parecem alucinadas ou irreais, mas são tão confusas e perturbadas como qualquer um que se disperse no mundo sem um amigo ou familiar que lhe dê a mão num momento chave. Personagens que cativam o leitor pelas suas fraquezas.

Nem no final este romance é leve, fácil ou doce, portanto desenganem-se se procuram uma leitura assim. Arriscam-se a ficar marcadas e a reverenciar Anna McPartlin pela sua capacidade em conceber e contar uma boa história.

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