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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Todos os Dias são Meus

Autor: Ana Saragoça
Edição: 2012
Páginas: 104
ISBN: 9789723326673
Editora: Editorial Estampa

Sinopse:
Um prédio. Uma morte. Um mistério.Não se trata, porém, de um romance de pretexto policial. É verdade que há polícias e testemunhas - sobretudo testemunhas - e alguns suspeitos. Mas Todos os Dias são Meus é um extraordinário retrato do Portugal profundo, com os seus tiques, os seus ressentimentos, os seus ridículos.

A minha opinião:
Uma amiga emprestou-me este pequeno livro e garantiu-me que eu ia gostar. Não errou, porque adorei este policial em formato de conto. 

Devo acrescentar que o crime e o que o motivou foi o que menos relevância teve, uma vez que fiquei arrebatada por todas aquelas personagens tão genuinamente portuguesas. 

Dificilmente, alguém o começa a ler sem rir, ao visualizar a primeira personagem, a Porteira, embalada numa verborreia inacreditável, quando supostamente inquirida pela autoridade a propósito de um crime ocorrido no edifício. Supostamente, porque esta autoridade não tem hipótese com uns inquilinos como estes, é uma não personagem. Mas os inquilinos apresentam-se por capítulo e dizem de sua justiça e como divagam sobre as suas vidas e a dos que os rodeiam. Da vitima pouco ou nada sabem. 
A vitima dá-se a conhecer como a Razão e o humor aqui desaparece, porque se trata de assuntos sérios como o vazio e a solidão de toda uma vida. 

Escrita deliciosa e irrepreensível que me enlevou durante umas horas. Perdi a noção do tempo com esta dicotomia da Razão  num registo sério e introspectivo, e a dos presentes naquele prédio, enquanto suspeitos do crime, focados em si mesmos (não todos) num registo cómico e extrovertido. 

É um pena livros como este não serem apresentados nas escolas para estimular a leitura e gáudio dos jovens, que certamente reconheceriam vizinhos e amigos nesta sucinta e tão bem escrita história. 

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