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sábado, 18 de abril de 2015

Viagem ao Coração dos Pássaros

Autor: Possidónio Cachapa
Edição: 2015/ janeiro
Páginas: 176
ISBN: 9789897541377
Editora: Marcador

Sinopse: 
Viagem ao Coração dos Pássaros remete-nos para um universo único mas que se repete sempre no tempo dos seres humanos. Fala-nos das contradições e dialética do mundo, do amor, da vida, mas também dos seus opostos. É um livro que se lê num sopro, como se fosse um instante, numa viagem que o leitor faz ao coração, o seu próprio, e o dos protagonistas da história, realista, autêntica e bela.

Possidónio Cachapa conduz-nos através da sua escrita profunda, revelando-nos os dons que todos temos e as nossas virtudes mas também as nossas debilidades e fraquezas, numa simplicidade narrativa que nos prende da primeira à última página.

A minha opinião: 
Muito ouvi falar sobre este autor. Bem, muito bem. O nome do autor deixa-me com um sorriso nos lábios. E a escrita deixou-me cativa, de um humor irreverente e certeiro, onde a lucidez impera nesta fantástica narrativa sobre Kika, a menina e mulher, com nome que parece de gato. 

"(...) Acontecimentos menores, passados numa freguesia pequena, onde uma mulher que carrega um Dom, viveu rodeada de seres passados e de coisas que a ultrapassavam, e a quem tinha sido dada a ingrata missão de viver com eles. Que nos interessa que um escritor tenha um dia ouvido falar disto e se tenha aproximado como um insecto nocturno dessa casa onde os raios e os gemidos trovoavam diariamente?"   (pag. 163)

Interessa e muito, porque a breve historia de Maria Joaquina Constança, conhecida por Kika, filha de Evangelina, uma mulher dura e sofrida e do sonhador e ausente Filipe, temos um retrato da verdadeira e contraditória condição humana. Um Dom de ver e ouvir o que queria e não queria saber, a capacidade de se expressar sem mover os lábios com o alcance da mente, um potencial de curar apenas com as suas mãos e temos uma mulher renegada e amada, que não sabia o que era o amor ate ao fim da sua vida.

Criativa e brilhante, e mais não escrevo, sobre esta narrativa que nos toca a alma. Leiam! Serão surpreendidos, como eu fui. 

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