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domingo, 5 de abril de 2015

Aberto toda a noite

Autor: David Trueba
Edição: 2012/ outubro
Páginas: 246
ISBN: 9789896721374
Editora: Alfaguara

Sinopse: 
O primeiro romance de David Trueba convida-nos a entrar no lar dos Belitre, uma família tão numerosa quanto disparatada. Crónica de uma educação sentimental, as pessoas que habitam este livro apenas dão ouvidos à voz do seu coração. Numa sucessão irresistível de quadros da vida familiar, conhecemos Félix e Paula, um casal em crise, agastado pela rotina de criar seis filhos. Conhecemos Matías, um rapaz de doze anos que sofre de uma misteriosa doença mental. Conhecemos Abelardo, o avô, que no meio da demência senil se entrega de corpo e alma à poesia e à religião. Mas, ainda assim, falta conhecer muito, porque a família é muito mais do que as pessoas que a compõem.

Em Aberto toda a noite, Trueba pinta, com humor, ternura e magia, o fresco de uma família deliciosamente excêntrica, a que apetece pertencer.

A minha opinião: 
Um romance irresistível sobre uma família numerosa, considerando os seis filhos homens de Felix e Paula que habitam todos debaixo do mesmo tecto numa interacção que, permite momentos únicos de leitura, abstracção, humor e incredulidade. O avô Abelardo que se entrega a uma convicção religiosa na sua loucura e arrasta duas testemunhas de Jeová que ainda não tinham percebido as suas inclinações sexuais ou uma avó, Alma, que não saia da cama e protegia as suas memorias enquanto tinha consciência que a sua nova enfermeira não era indiferente a nenhum dos membros masculinos daquela família, são os únicos que não residiam naquela casa. 

Tanto para contar num ritmo vertiginoso sem que um sorriso se afaste do rosto de quem lê, surpreendido com tudo o que há para saber sobre cada um deles porque não se pode conhecer uma família como a Belitre sem conhecer os seus membros, especificamente no Verão de 1986 que admitiam a extravagancia quotidiana como normalidade. 

"Lar: O lugar de ultimo recurso - aberto toda a noite. "
Ambrose Bierce, Dicionario do Diabo (pag. 145)

Sentimentos e laços afetivos que unem as pessoas e mudam ao longo do tempo. "A mulher, só por suportar o género masculino, já ganha metade do céu,", mas também solidão, violência, rejeição social. Um bom enredo com personagens excecionais que vale muito a pena ler. Um boa sugestão que muito agradeço aos meus bons amigos da Roda dos Livros.
Ler para crer!

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