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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Hotel Melancólico

A minha opinião:
María Gainza é um gosto confirmado. Diferenciado. Boémio. Nos seus livros é como se estivesse a dialogar com o leitor. 

A narrativa de uma mulher com uma mente aguçada e um olhar treinado que nos fala de pintura mas também da arte de viver numa escrita extraordináriamente simples, intima. Um livro infímo e revelante. Uma experiência em si. A realidade pode ser mais estranha do que a ficção e também mais difusa é o que nos explica. 

Duas mulheres que se cruzaram. "A negra" é uma personagem mítica, falsificava obras de arte, enquanto Enriqueta foi a mentora da narradora e o seu ídolo. Viajantes solitários na bolha do tempo do Hotel Melancólico.

Título lindo para um romance marginal. 

Autor: María Gainza
Páginas: 152
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722068215
Edição: 2009/ Outubro

Sinopse:
Cansado de a ver desocupada, o tio da narradora arranja-lhe um emprego num banco para trabalhar com uma avaliadora de obras de arte. E, contra todas as expectativas, o ofício torna-se absolutamente fascinante, não só pelas incríveis descobertas que faz sobre falsificações, mas sobretudo pelas histórias secretas que a chefe acaba por lhe contar, uma das quais é a do Hotel Melancólico, onde viviam artistas que copiavam quadros para ganhar a vida e por onde passou a misteriosa Negra, figura central deste romance, que falsificava sobretudo a obra de Mariette Lydis, a pintora a quem a alta-sociedade de Buenos Aires encomendava os retratos.

Um belo dia, porém, a chefe estranhamente não aparece para trabalhar e o mais certo é que lhe tenha acontecido algo de grave; mas, se assim for, como será possível continuar a viver sem saber o fim de todas aquelas histórias que ficaram a meio?

Depois do internacionalmente aplaudido O Nervo Ótico, este Hotel Melancólico é, de novo, um romance sobre a relação turbulenta entre a arte e a vida, mas também sobre o engano e a manipulação, sobre a realidade e a ficção, sobre o vivido e o contado; uma narração sinuosa, enigmática e envolvente em que as personagens reais parecem de ficção e o contrário também é verdade.

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