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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Uma Conspiração de Estúpidos

A minha opinião:
O prefácio, de leitura obrigatória, põe-nos logo em alerta. A mãe do autor é que conseguiu que este livro fosse publicado, depois do suicidio deste, alegando que era formidável, como acabou por ser reconhecido.

Uma conspiração de estúpidos é mesmo isso: uma conspiração de estúpidos com Mrs. Reilly, Ignatius, Mancuso e Jones. Uma Tragicomédia com um protagonista grosseiro e tresloucado que nos faz rir, lamentar e reflectir. Uma sociedade e as suas vicissitudes caricaturizada. E tantas, tantas manhas e manias... numa narrativa endiabrada pautada por muitos diálogos. 

Genial se considerarmos quando foi escrito e a pouca experiência de vida do autor. Um romance intermporal que pode não agradar a todos. Conveniente ler o que se segue para entender melhor a que me refiro.



Autor: John Kennedy Toole 
Páginas: 356
Editora: Terramar
ISBN: 9789727101177
Edição: 2000/ Abril

Sinopse:
O protagonista deste romance é uma das personagens mais memoráveis da literatura norte-americana.


Aos 30 anos, Ignatius J. Reilly vive com a mãe, ocupado a escrever uma demolidora denúncia do século XX, uma perturbante alegação contra uma sociedade perturbada. Devido a uma inesperada necessidade de dinheiro, vê-se catapultado para a febre da existência contemporânea, febre que, por sua vez, contribui para aumentar em alguns graus.


Com prefácio de Nuno Markl surgiu recentemente um nova reedição que reza assim:


"Já tinha ouvido falar e lido algumas referências sobre este clássico da literatura americana, mas nunca me ocorrera lê-lo; a aparente importância da minha frase inicial morre aqui também, pois o que me levou a comprar o livro foi ele estar em saldos e eu precisar de uma obra para ler na viagem de volta a Portugal.
Mal eu sabia que tinha nas mãos um dos meus futuros livros preferidos de sempre e um que me complicaria a apreciação de alguns bons livros que li a seguir («Pronto, é bom mas não é Uma Conspiração de Estúpidos!»). A viagem Nova Iorque — Lisboa passou num instante, com a saga do balofo e arrogante Ignatius e a sua caótica busca por um emprego (e, no fundo, pelo sentido da vida) a ser lida com uma voracidade só interrompida pela ideia de que, mal aterrasse, teria de me dedicar a caçar as outras obras de John Kennedy Toole. Pensamento que depressa esmoreceu ao recordar-me das palavras do escritor Walker Percy no prefácio da minha edição do livro, narrando a triste — mas por fim vitoriosa — saga de Uma Conspiração de Estúpidos. Toole escrevera apenas dois livros — para além deste, A Bíblia de Néon — e suicidara-se em 1969, vítima de uma depressão profunda, alimentada por anos de rejeição do seu trabalho por vários editores. Se o mundo tem hoje esta preciosidade que é Uma Conspiração de Estúpidos, isso deve-se ao comovente e inabalável empenho da mãe do autor, Thelma Toole, e do próprio Walker Percy, que abriu as portas do mundo literário à obra de John Kennedy Toole. O autor morreria longe de imaginar que o seu livro ganharia um Pulitzer e acabaria por tornar-se uma das obras maiores da literatura americana.» 

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