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segunda-feira, 13 de abril de 2020

A Cozinheira de Castamar

A minha opinião:
A cozinheira de Castamar  como o nome indicia é um hino à deliciosa gastronomia espanhola. A sedução vem do palato neste belíssimo romance.
 
Retrato de época que transporta o leitor para guerras, conquistas e lutas de poder, bem como para o ambiente doméstico dos ricos e privilegiados em que outras lutas em surdina também aconteciam. A história passa-se no sec. XVIII com uma cozinheira culta e inteligente, oriunda de uma família sem título que, com a morte do progenitor se viu na penúria e recorreu à sua arte para subsistir. Clara, assim se chama a protagonista tinha um problemazinho - não suportava espaços abertos quando foi contratada para a casa nobiliárquica Castamar, onde começou por ser hostilizada pelo aprumo da cozinha e uma ameaça à autoridade da governanta.
 
O início, logo nas primeiras páginas deixou-me rendida a uma narrativa vibrante, ainda que pautada com algumas descrições que evidenciam um bom trabalho de pesquisa para enquadrar a trama no tempo e no espaço. Uma história contada com o requinte e a elegância de um grande romance cinematográfico.
 
Ciúme e inveja levou a uma bem engendrada conspiração para destruir a família Castamar e foram precisas mais de seiscentas páginas para não deixar nada por contar e justificar que o amor vence o preconceito social. Maria Dueñas certamente encontrou um outro talento à sua altura. Fan-tás-ti-co!
 
Autor: Fernando J. Múñez
Páginas: 616
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03172-3
Edição: 2020/ março

Sinopse:
OS SABORES DO AMOR NÃO CONHECEM BARREIRAS.
Espanha, 1720

Clara Belmonte é uma jovem de uma família abastada que, após a morte do patriarca, um dos mais prestigiados médicos de Madrid, se vê cair na mais completa pobreza.
Apesar da educação primorosa que recebeu, Clara precisa de uma forma de sustento e acaba por se candidatar a um trabalho nas cozinhas do palácio ducal de Castamar, que conquista graças ao talento para a culinária que herdou da mãe.
Clara não é bem recebida nos primeiros tempos. A sua eloquência, bem como o rigor na limpeza das cozinhas e a ousadia no requinte dos pratos, depressa a elevam na atenção dos habitantes da casa e no ciúme dos colegas de trabalho.
Mas é Dom Diego, o duque de Castamar, quem Clara mais impressiona. Arrancando-o à apatia absurda em que vive desde o estranho falecimento da mulher, a jovem cozinheira fá-lo derrubar todas as barreiras, despertando-lhe o palato, o intelecto e, por fim, o coração.

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