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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Memória de uma cor

A minha opinião:
Começa por ser uma leitura fácil sobre duas pessoas no primeiro ano da faculdade que, inesperadamente ficam amigos, sem muito se exporem. A presença basta-lhes. Simples assim. Ou talvez não?!

O envolvimento de Kate com a família rica e privilegiada de Max vai ter consequências porque o desequilíbrio e a  obsessão ronda um dos membros e a partir desse ponto a trama ganha interesse. O rumo que seguiu não foi o que eu esperava e as psicoses e fragilidades que se revelam não foram inteiramente do meu agrado. Gosto de ler sobre personagens mais fortes e resilientes, apesar do sofrimento. Esta é uma história muito emocional. A depressão, a ansiedade, crises de pânico ou infelicidade que gera sofrimento físico, a violência sexual e a depressão. Temas bem atuais, infelizmente.

Próximo do fim percebi que a autora queria explorar o efeito do trauma, como que para purgar uma ferida, através de Zara e Kate. A mensagem passa mas é um tanto extensa e detalhada. No geral, é um romance marcado por uma cor, e os restantes tons são bastantes sombrios.

Autor: Rosie Price 
Páginas: 304
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03392-5
Edição: 2020/ outubro

Sinopse: 
Primeira semana de universidade. Max Rippon irrompe pelo quarto de Kate Quaile e a vida dela nunca mais será a mesma. Nos quatro anos seguintes, os dois tornam-se amigos inseparáveis. A influência da rapariga é essencial para atenuar os modos estouvados e a atitude demasiado despreocupada dele, e Max ajuda Kate a vencer a sua timidez natural e o isolamento a que ela voluntariamente se submete. Porém, conhecê-lo é também entrar na esfera de influência dos Rippon, uma família onde a generosidade e o elitismo, o à-vontade social e os ressentimentos privados andam de mãos dadas. A existência de Kate ganha um brilho dourado até ao dia em que uma festa de aniversário se transforma num acontecimento chocante, destruindo-a.
Memória de uma cor é um romance perspicaz e fascinante sobre poder, privilégio e consentimento, que explora os efeitos físicos e psicológicos do trauma, os sacrifícios exigidos no silêncio e a coragem necessária para falar abertamente sobre uma violação. No entanto, quando Kate finalmente consegue fazê-lo, há uma pergunta que se impõe: a quem pertence agora a sua história?

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