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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Mulheres da minha alma

A minha opinião:
"Não exagero quando digo que sou feminista desde o jardim de infância, antes de o conceito se ter disseminado no Chile."

Assim começa este romance intimo e pessoal de Isabel Allende. Capítulos curtos numa história de vida guiada por um impulso incontrolável. Nunca aceitou o limitado papel feminino atribuído pela família, pela sociedade, pela cultura e pela religião. Mas… Não existe feminismo sem independência económica. 

Isabel Allende escreve muito bem ("pelo prazer de contar uma história palavra por palavra) e até uma lista de supermercado seria empolgante, mas neste tema que lhe é tão caro, supera-se.
A narrativa não é limitativa porque muito são os trechos de pequenos episódios, de pessoas que admira, informação relevante ou especulativa, a sua fundação e os seus ideais. E lança um repto. "Agora, é só uma questão de nos pormos de acordo para darmos um abanão formidável ao mundo."

Olga Murray também passou a ser a minha heroína. Que mulher extraordinária. E não foi a única. Nem um último capítulo sobre este estranho retiro que o Covid 19 nos impôs faltou. Muito bom. Fundamental ler!

Autor: Isabel Allende
Páginas: 208
Editora: Porto Editora 
ISBN: 978-972-0-03380-2
Edição: 2020/ novembro

Sinopse: 
«Cada ano vivido e cada ruga contam a minha história.»

Isabel Allende percorre os labirintos da memória e oferece-nos um emocionante testemunho sobre a sua relação com o feminismo e a sua condição de mulher.

Em Mulheres da minha alma, a autora chilena convida-nos a acompanhá-la nesta emocionante viagem, em que revisita a sua ligação ao feminismo, desde a infância até aos dias de hoje. Recorda algumas mulheres incontornáveis na sua vida: Panchita, Paula e a agente Carmen Balcells, cuja ausência chora ainda hoje; escritoras de nomeada como Margaret Atwood; jovens artistas que trazem na pele a rebeldia das novas gerações; mulheres anónimas que sofreram na pele a violência de género e, com dignidade e coragem, se levantam e avançam. Todas elas a inspiram e a acompanham ao longo da vida: as mulheres da sua alma.

Reflete, ainda, sobre as mais recentes lutas sociais, nomeadamente as revoltas no seu país de origem e, claro, sobre este novo contexto que o mundo atravessa com a pandemia. Tudo isto sem deixar de manifestar a sua inconfundível paixão pela vida e a sua crença em que, independentemente da idade, há sempre tempo para o amor.

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