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quarta-feira, 16 de junho de 2021

Luto

A minha opinião:

Luto. É um conto que não chega às cem páginas e se refere ao luto de uma familia por uma criança mas também ao luto de uma familia judia por todas as perdas. Culpa, também. Tabu que Eduardo Halfon tentou revelar e para o qual procurou desvendar junto ao lago Amatitlán, na Guatemala. Nessa demanda, descobriu mais do que buscava, sobre si mesmo e a relação com os seus, nas memórias que amíude surgiam. Não é lúgubre ou pesado, antes pelo contrário, tal a beleza da prosa do autor que impele a uma leitura imparável. 

Autor: Eduardo Halfon
Páginas: 112
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722071192
Edição: 2021/ abril  

Sinopse: 
Halfon viaja até à velha casa dos avós, nas margens do lago de Amatitlán, onde em criança costumava passar os fins de semana antes de a família se transferir para a Florida, devido à violenta situação política vivida na Guatemala em princípios da década de 1980. A partir do momento em que pisa o Amatitlán, tudo aquilo que o cerca desencadeia um turbilhão de memórias de infância — algumas ligadas à sua infância na Guatemala, outras dos primeiros anos passados nos Estados Unidos.

Em subtis mas magistrais pinceladas, as recordações de Halfon vão-se conjugando aos poucos para desvendar segredos familiares profundos: a história de Salomón ou, talvez mais rigorosamente, a ausência dessa história, uma vez que ninguém na família falava abertamente dele. E aos poucos começamos a ver as informações dispersas que Halfon conseguiu reunir em criança.

Com Luto, traduzido por José Teixeira de Aguilar, Eduardo Halfon regressa ao universo que tem vindo a construir há anos em torno da personagem chamada Eduardo Halfon — que pode ou não ser o autor — e da história da sua família. Desta feita, centra-se no lado paterno da família: emigrantes judeus libaneses que se radicaram nos Estados Unidos e na Guatemala.

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