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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Os 500

Autor: Matthew Quirk
Edição: 2014/ junho
Páginas: 320
ISBN: 9789720044211
Editora: Porto Editora

Sinopse:
Depois de renunciar aos maus hábitos do passado, o jovem Mike Ford tem de estar agora à altura de dois grandes desafios: primeiro, conseguir dinheiro para saldar as dívidas herdadas da falecida mãe e para pagar o curso de Direito em Harvard; segundo, construir a vida digna que nunca teve.

É com o prestigiado professor Henry Davies - que trabalhou com os presidentes Johnson e Nixon e dirige a mais importante consultora financeira americana - que Mike é, aparentemente, salvo. Convidado a integrar a consultora, Mike passa a fazer parte da nata da alta-finança, e tem à sua disposição não só um salário milionário, mas também a expectativa de um romance com a sua parceira de trabalho, Annie.

Só não esperava que, para ser bem-sucedido a conquistar influências junto dos 500 homens e mulheres que dominam os mercados mundiais, lhe fosse exigido que fomentasse alianças com criminosos de guerra ou manipulasse congressistas, que recorresse à chantagem, à mentira, à vigarice… ao seu passado.
Colocado entre a espada e a parede, Mike ou enfrenta as consequências sórdidas inerentes ao trabalho, ou arrisca a vida às mãos dos próprios colegas, se tem a pretensão de desistir. Mas há uma alternativa: ser melhor nas artes do engano do que a sua própria empresa e conseguir denunciá-la publicamente depois de a desmantelar por dentro.
Misturando os melhores elementos da intriga política com uma refrescante dose de humor, Os 500 é uma primeira obra inesquecível de um jovem escritor com provas dadas no jornalismo de investigação.

A minha opinião:
Cheio de ação e emoção, este livro é diametralmente oposto ao que li anteriormente. Um thriller assente na vivacidade e argúcia de Mike Ford que, nos revela as suas aventuras e desventuras enquanto yuppie em Washington DC. E também o seu passado, reabilitado desde que um juiz lhe dera uma opção.

A sinopse não ilude e é uma boa introdução para esta história. Mas, não nos prepara para uma personagem carismática, cheia de habilidades e truques, úteis para singrar e sobreviver num lago de tubarões de fato e gravata, bem ao estilo Macgyver, no improvisar, sair de enrascadas, desmontar e abrir fechaduras. Para quem se lembra dessa série dos anos 80, creio que a personagem é mesmo muito parecida, mas noutro cenário e com algumas restrições dada a sua experiência como vigarista e ladrão. Algumas sugestões bem interessantes para divertir ou avaliar de um bom analista das fraquezas humanas.

Com um ritmo rápido e espirituoso, vinga nas capacidades de Ford e nos jogos de influências dos homens ricos e poderosos, que dominavam Washington e por extensão o país.

MICE: quatro pontos...
"A massa é fácil de entender e, embora possamos discordar quanto à filosofia da vida, o dinheiro é capaz de proporcionar praticamente qualquer coisa que as pessoas queiram, no que concerne à concretização pessoal e estatuto. A ideologia consiste em levar as pessoas a acreditar naquilo que queremos que acreditem. Seria bom pensar que era esse o verdadeiro trunfo na manga, mas no mais das vezes, isso constitui um jogo às avessas. É impossível levar alguém a fazer o que quer que seja se essa pessoa não conseguir justificá-lo perante si mesma. Em todos os filmes, o vilão tem que achar que é o herói.
Cedência e coerção, referem-se a obter informação comprometedora sobre alguém. Por regra, os norte-americanos tentam evitar essa abordagem, pois viola certas noções básicas de fair play.
Quanto ao ego, consiste em utilizar as convicções de alguém de que terá sido injustiçado pela vida, de que será muito mais esperto do que todos os outros, ou mais trabalhador, ou mais honesto, e que por isso merece um emprego melhor, mais dinheiro, mais respeito, uma esposa mais bem parecida, seja o que for, convicções que eu imagino que abarquem cerca de 99,99 por cento da população."
 (pag.76/7)

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