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domingo, 18 de outubro de 2020

Quem é amado nunca morre

A minha opinião:
Victoria Hislop escreve romances como ninguém que eu tenha lido, com base na História recente da Grécia. Marcantes porque reflectem as clivagens sociais e políticas que conduziram a profundos dramas familiares como é o do irmãos Koralis, que se iniciou em 1930. A cisma entre esquerda e direita dividiu o povo e com o termo da guerra perderam a humanidade numa narrativa tocante que trespassa o leitor através do profundo sentir das personagens.

Esta é a história de vida de Themis que a deixa como legado a dois netos. E é uma história impressionante de uma mulher comum com uma vida extraordinária de coragem e resiliência que aprendeu desde cedo o valor do silêncio. E mais tarde, da flexibilidade.

A escrita, as personagens e o enredo são de uma força que não se esquece e que em determinadas passagens até me deixou com falta de ar, mas a ligação com as crianças encheu-me o coração. Afinal, "quem é amado nunca morre" como dizia o poeta.

Autor: Victoria Hislop
Páginas: 432
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03379-6
Edição: 2020/ setembro

Sinopse: 

Atenas, abril de 1941. Tendo resistido a uma primeira tentativa de invasão, a Grécia é ocupada pelas potências do Eixo. Após décadas de incerteza, o país encontra-se dividido entre a direita e a esquerda políticas. Themis, então com quinze anos, vem de uma família separada por essas diferenças ideológicas. A ocupação nazi não só aprofunda a discórdia entre aqueles que a rapariga ama, como reduz a Grécia à miséria. É impossível ficar indiferente: na fome que se seguiu à ocupação, e que lhe levou os amigos, os atos de resistência são quase um imperativo moral para ela.

Porém, o sucesso de um dos movimentos de resistência mais eficazesna europa ocupada volta-secontra o próprio e, com o fim da ocupação, advém a guerra civil. Themis junta-se ao exército comunista, onde experimenta os extremos do amor e do ódio. Quando por fim é presa nas ilhas do exílio, encontra outra mulher cuja vida se entrelaçará com a sua de maneiras que nenhuma delas poderia antecipar, e descobre que deve pesar os seus princípios contra o desejo de viver.

Um romance poderoso, que lança luz sobre a complexidade e o trauma do passado da Grécia, a partir da vida extraordinária de uma mulher comum.

1 comentário:

  1. Esta autora é uma das minhas favoritas, pena que pública muito poucos livros, Patrícia Barbosa

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