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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O que Contamos ao Vento

A minha opinião:
Um romance suave sobre um tema difícil. O que contamos ao vento é sobre uma cabine telefónica num jardim, um telefone desligado através do qual se podia falar com os que se perderam no tsunami de março de 2011. E os que perderam para a doença, num acidente ou até na Segunda Guerra Mundial. As vozes leva-as o vento. 


Lindo este livro. Delicado e tocante. Não apela à compaixão. É um livro sobre esperança. E vulnerabilidade.
Capítulos curtos para sentimentos profundos mas sem pesar. Um processo de libertar que começou no jardim no ventre de Kujira-yama. Um perfeito paradoxo que só se consegue quando se desiste e se encontra outros na mesma situação. E passa-se no Japão, e é real. Não é um local turístico. É um local para reencontros intimos. É um local para quem mais precisa. Um lugar que cada um devia criar para si onde pudesse curar a dor e cicatrizar a vida. 


Poucas personagens para uma lição de vida. Distante da nossa forma de estar mas próximo do amor que todos temos gravado e que nos torna únicos.
Um romance diferente. Algo melancólico mas que vale a pena.

 Autor: Laura Imai Messina
Páginas: 224
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9789897841781
Edição: 2021/ janeiro

Sinopse: 
No lado íngreme de Kujira-yama, a Montanha da Baleia, existe um imenso jardim chamado Bell Gardia. No meio há uma cabine, dentro da qual repousa um telefone que não funciona, carregado de vozes sopradas ao vento. De todo o Japão, milhares de pessoas que perderam alguém passam por ali todos os anos e usam o telefone para falar com aqueles que já partiram.
Yui é uma jovem de trinta anos, e 11 de Março de 2011 é a data que a mudou para sempre. Naquele dia, o tsunami varreu o país onde mora, engoliu a sua mãe e a sua filha, tirou-lhe a alegria de estar no mundo.
Ao saber, por acaso, daquele lugar surreal, Yui vai até Bell Gardia e conhece Takeshi, um médico que mora em Tóquio e tem uma filha de quatro anos, que emudeceu no dia em que a mãe morreu. Quando Yui percebe que aquele lugar precioso corre o risco de ser arrasado por um furacão, decide enfrentar o vento, tanto aquele que sacode a Terra como o que levanta a voz de quem já não está presente.

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