Páginas

sexta-feira, 26 de março de 2021

O Lugar das Árvores Tristes

 

A minha opinião:

Linda capa. Em sintonia com a história que a Isabel quis revelar. 

Mais uma vez, é preciso empatia para uma história vingar no leitor. E a pequena aldeia no Alentejo com todos os usos e costumes tão peculiares num meio pequeno em que todos sabem e todos falam e no caso de Eulália todos calam, é fácilmente reconhecida e estimula a curiosidade. Uma protagonista com quem me identifico desde a primeira página é um bónus e o prazer de ler está garantido. 

Comprei este livro porque a capa, o título e a sinopse (que não li na integra) me agradou e sequer notei que era um romance de estreia de uma escritora portuguesa, o que é uma maravilhosa surpresa. 
A escrita é leve e ágil, a linguagem irreverente e cuidada numa estória convincente, até quando dá voz a Lurdes, a mãe de Isabel, num regresso ao passado, que muito me emocionou. E o vilão de toda a trama bem que me revoltou.

Como a autora referiu e muito bem, como aconteca na ficção, este livro é um jogo de espelhos onde muitos poderão rever partes da sua história. E no meu caso, as partes a que sempre tive aversão e que foram magistralmente desenvolvidas e exaltadas nesta narrativa. 

A partir de agora Lénia é um dos meus autores imperdíveis.

Autor: Lénia Rufino
Páginas: 224
Editora: Manuscrito Editora
ISBN: 9789898975805
Edição: 2021/ março

Sinopse: 
Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...

Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.

Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.

Sem comentários:

Enviar um comentário