Páginas

quinta-feira, 27 de maio de 2021

A Casa

A minha opinião:
Um livro sobre a intimidade num bordel. Mulheres que ninguém quer ver e sobre quem nada se sabe.
Emma decidiu escrever este livro, não por capricho ou extravagância mas porque acha uma necessidade. Uma necssidade peculiar porque durante algum tempo também ela se prostituiu. Uma mulher que se assume libertina e sem temor ou hesitação revela tudo.

Uma prostituta pode não ser necessariamente uma mulher encurralada pela miséria, sexualmente histérica ou alguém privado de todo e qualquer tipo de afeto. Bastar estar farta de labutar para apenas comprar o essencial. E quando há filhos... há mais do que o essencial para adquirir. O que se explica porque desempenham outras profissões, o que também me confundiu um pouco, mas são enfermeiras, professoras, educadoras, num país como a Alemanha onde a prostituição está legalizada. E ainda lhes sobra tempo. Uma reflexão intimista, que não visa chocar mas antes analisar. Até a violência a que se sujeitam. Auto-análise, uma vez que não se trata de ficção. O senão é que é demasiado e torna-se exaustivo. Menos seria mais. Perde-se.

Autor: Emma Becker
Páginas: 344
Editora: Casa das Letras
ISBN: 9789896608354
Edição: 2021/ abril 

Sinopse: 

«Sempre acreditei que escrevia sobre homens. Antes de me aperceber que só escrevo sobre mulheres. Sobre o facto de ser uma. Escrever acerca de prostitutas que são pagas para serem mulheres, que são, de facto, mulheres, que são tão-só isso; escrever sobre a nudez absoluta desta condição é como examinar o meu sexo ao microscópio. Sinto o mesmo fascínio que um laboratorista a contemplar as células essenciais a qualquer forma de vida.»

Em A Casa, Emma Becker descreve a vida no bordel berlinense onde, durante dois anos e meio, sob o pseudónimo de Justine, nome da famosa personagem de Sade, decidiu vender o seu corpo para tentar compreender o mundo da prostituição, as mulheres que nele trabalham e os homens que a ele recorrem.

Retrato da sua vida sexual e amorosa durante esta experiência, das suas companheiras e dos bastidores deste mundo proibido, A Casa é um romance que transborda as paredes do bordel. Mais do que uma história sobre as mulheres desta casa, é sobre o modo como estas veem o mundo, sobre os homens que pagam os seus serviços, sobre os seus desejos, os seus limites, as suas armadilhas, e, acima de tudo, sobre todos os desejos que nos fazem tremer.

Sem comentários:

Enviar um comentário