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domingo, 11 de maio de 2014

A Onda

Autor: Sonali Deraniyagala
Edição: 2013/ outubro
Páginas: 240
ISBN: 9789896682057
Editora: Vogais

Sinopse:
Na manhã de 26 de dezembro de 2004, Sonali Deraniyagala perdeu duma só vez os pais, o marido e os dois filhos. O tsunami que nesse dia atingiu o sudoeste asiático levou-lhe a família mas ela, como por milagre, sobreviveu.
Neste livro corajoso, pungente e franco, a autora descreve os terríveis momentos que viveu e a sua longa jornada desde então. Num relato cativante e emocional, Sonali descreve como se debateu furiosamente, durante os primeiros meses após a tragédia, contra uma realidade que não conseguia enfrentar e simultaneamente não podia negar.

Conta também como depois, ao longo dos anos que se seguiram, lentamente, permitiu que a memória a levasse de volta à vida magnífica e feliz que perdera, à casa da sua família em Londres, ao nascimento dos seus filhos, ao ano em que conheceu o marido em Cambridge e à sua infância em Colombo, no Sri Lanka.
Durante todo este percurso, Sonali foi aprendendo o difícil equilíbrio entre as memórias quase insuportáveis da sua perda e a necessidade de manter a sua família, de alguma forma, ainda viva dentro dela.
Com uma escrita emocional e sincera, que torna este impressionante relato ainda mais poderoso, A Onda é uma memória biográfica extraordinária que se lê com comoção. Um livro que irá captar a atenção dos leitores pela sua brutal honestidade e intensidade.

A minha opinião:
Não foi uma primeira escolha. Algumas boas criticas/ comentários determinaram esta leitura, que antecipei como sendo uma narrativa autobiográfica amargurada e sofrida. Não é o meu género. Normalmente, não consigo manter o distanciamento necessário ou evitar projectar-me naquela situação. Por isso, protelei um pouco esta leitura. 

Contudo, fui surpreendida pela estória. Partindo de um doloroso facto seguiu um rumo baseado nas memórias e pensamentos, durante um curto período evolutivo de sete anos. Começa no momento em que se apercebem de uma estranha alteração no mar naquele fatídico dia e fogem. Concisa e objetiva, Sonali narra o que se passou, acrescentando informações que reuniu com familiares e amigos dos tempos mais perturbados. Confusão e caos mental, até sentimentos de culpa, vergonha, raiva e muita dor, fazem deste livro uma verdadeira catarse para a autora que a tanto sobreviveu.

Singular e surpreendente é o apego à natureza e a preponderância que esta tinha na relação familiar, revelada nas memórias expostas sempre que regressa aos tempos anteriores aquele dia 26 de dezembro de 2004, e nos dá a conhecer a sua desaparecida família e a dinâmica com todos os elementos. 

Sri Lanka deve ser muito especial. Apesar do passado de perda e dor, e sendo a sua pátria, Sonali não desistiu e regressou para ... e mais não conto. 

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