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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

O Pecado de Porto Negro

A minha opinião:
Seguramente um dos melhores romances que li.

Este romance não é novo mas foi reeditado por uma outra editora (imagem abaixo). Na minha estante está há algum tempo, desde que numa entrevista televisiva foi referido como um dos romances de referência de um autor português. 

"Se calhar em caminho, talvez se conte."
Adorei este aparte que amiúde o autor introduz na história para realçar o que vai contar mais à frente. Mas há mais. 
A escrita e a linguagem chamam a atenção. Brejeira, irreverente e muito rica, apela aos sentidos e faz nos viajar no tempo. O leitor, maravilhado, sente o ambiente e o clima quente de Porto Negro numa narrativa vibrante que corre ligeira. Começa por caracterizar o lugar, os protagonistas e embala para as histórias de amor. Conta como ninguém o que se passou. O pecado de Porto Negro. 


Autor: Norberto Morais
Páginas: 432
Editora: Casa das Letras
ISBN: 9789724622439
Edição: 2014/ Maio

Sinopse:
Em Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero - a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.
O Pecado de Porto Negro, obra finalista do Prémio LeYa, é um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance admirável sobre o carácter circular do destino e a capacidade que o passado tem de nos vir bater à porta quando menos esperamos.

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