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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Não Chames Noite à Noite

A minha opinião:
O último livro que li descreve com rigor o ambiente frio,  belíssimo e mortal das montanhas de neve, enquanto neste romance temos o deserto. Antiquíssimo, impassível, límpido. E a solidão. O elemento comum nestas paisagens.

Amos Oz é um nome sobejamente conhecido. Israelita, como rápidamente percebi na narrativa em que um casal disseca a aridez do seu quotidiano numa relação sem filhos em que alternadamente dão testemunho do seu sentir. Sentem muito, comunicam pouco.

As primeiras páginas não me entusiasmaram, apesar de ser o tipo de história que aprecio. As personagens Theo e Noa não me agradaram. Aliás, irritaram-me naquela "dança cega", o que me fez perceber que estava envolvida. E...não amei.
A narrativa, bem detalhada, passa ao leitor a percepção do que se passava naquela pequena localidade. Leitura que desconcerta e inquieta. 

Autor: Amos Oz
Páginas: 272
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722069106
Re-Edição: 2019/ Novembro

Sinopse: «Afinal, ninguém sabe nada sobre ninguém. E ainda por cima, do que menos se sabe é do amor.»

Em Tel Keidar, uma pequena cidade situada junto ao deserto do Neguev, a morte brutal de um jovem adolescente, possivelmente por overdose, vai interferir no equilíbrio íntimo do casal Theo e Noa, fragilizado pela diferença de idades, pela ausência de filhos, pelo tédio e pela incomunicabilidade.

Com um virtuosismo inexcedível, Amos Oz faz alternar essas duas vozes narrativas, a de Theo e a de Noa, juntando-lhes ainda a do narrador, cronista anónimo que por vezes cede a palavra ao «coro» dos habitantes da cidade.

Assim, como que reunindo progressivamente todas as peças de um puzzle, o autor revela-nos a intimidade mais profunda de dois seres, ao mesmo tempo que retrata as tensões de uma pequena comunidade, recheada de personagens excessivos e pitorescos.

Não Chames Noite à Noite é uma preciosa sinfonia de humanidade em que Amos Oz explora com incomparável discernimento as possibilidades - e os limites - do amor e da tolerância.

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