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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Uma vida inteira

A minha opinião:
Uma vida inteira, tão longa, de Andreas Egger. Uma história de vida contada com desvelo.

Solitário e resignado, tantas vezes desesperado, viveu em comunhão com a natureza num vale isolado, que gradualmente mudou com o progresso.

A escrita belíssima e simples humaniza este homem que parece fazer parte daquela fria paisagem. Um homem que difícilmente se esquece e era apenas um homem vulgar. Um homem que sobreviveu. Afinal, um homem excepcional.

Temia ler este livro, que imaginava de emoções fortes, ainda que soberbo. Li-o no momento certo e apreciei cada palavra. 
(Parabéms Tania Ganho pelo excelente trabalho).

"Pode-se comprar as horas a um homem, pode-se-lhe furtar os dias ou roubar-lhe a vida inteira, mas ninguém pode tirar a nenhum homem um simples momento. É assim a vida." (pag. 39)

Autor: Robert Seethaler
Páginas: 120
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03230-0
Edição: Outubro, 2019

Sinopse:
Quando Andreas Egger morre, leva consigo as memórias de uma vida inteira. Uma existência de enorme simplicidade, inocência e beleza, nas montanhas alpinas para onde foi mandado aos quatro anos, depois de ficar órfão.

A seguir ao silencioso espanto que dele se apodera quando vê pela primeira vez a aldeia que passará a ter como sua, conhece os maiores sofrimentos às mãos do agricultor encarregado de tomar conta dele. Embora fisicamente marcado, Egger é resiliente e acaba por encontrar o seu lugar na vertente nevada onde erige a sua vida. É ali que encontra um trabalho que o liga ao mundo e ao progresso e que conhece Marie, a mulher que amará para sempre. Mas é também ali que vê tombar os que constroem a modernidade, manchando com sangue a alvura da neve.

A vida simples de Egger na solidão da montanha acompanha as mudanças que o mundo conheceu ao longo do século XX. De todas ele fez parte, quer enquanto soldado na Segunda Guerra Mundial, quer como espectador da alunagem, quer servindo de guia turístico do lugar que o adotou.

Em Uma Vida Inteira, o leitor encontra isso mesmo: um comovente retrato do que cabe nos anos que passam entre o primeiro sopro de vida e o último fechar de olhos. Com uma prosa simples, mas incrivelmente enternecedora, este pequeno romance é um brilhante passeio pela vida, que não deixará ninguém indiferente.

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